segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ESCOLHAS



Esta semana vai ser terrível em termos de trabalho profissional, não prometendo por isso uma grande disponibilidade para as reflexões do blogue.
O Público continua em grande forma. O jornalista José António Cerejo tem vindo a explorar o universo empresarial e de rede que precede a ascensão política de Miguel Relvas e Passos Coelho, agora com mais um facto, a criação de uma ONG, o Centro Português para a Cooperação (CPPC), com fortes afinidades à já conhecida TECNOFORMA. A memória dos fundadores parece ser bem curta. Ângelo Correia e Marques Mendes não conseguem, por exemplo, explicar a sua participação no Conselho de Fundadores. A investigação de Cerejo pode transformar-se numa preciosidade em matéria de compreensão do ambiente de relações que está na base da ascensão política do atual PSD.
A outro nível, o meu amigo José Silva Peneda emerge cada vez mais como uma síntese da reduzida lucidez que paira sobre as hostes do PSD. Simplesmente, ideias coerentes, fiéis ao seu ideário político, que não mudou, o que mudou foi o contexto volúvel e precipitado do seu partido. A sua entrevista é suportada por ideias sensatas e a convivência que tem proporcionado ao Conselho Económico e Social reflete-se claramente na sua visão do país e da perceção de rutura social eminente.
Noutras paragens, na interioridade, o município de Baião e a ação do seu Presidente José Luís Carneiro, agora também com responsabilidades diretivas no PS, mostram por antecipação como o futuro vai ser palco de novas escolhas nas políticas locais. Não está em causa se o que o município gastou é muito ou pouco. O que conta é que a aposta na fixação de médicos no concelho é matéria de escolhas públicas locais. A unidade móvel de saúde e o esforço de fixação de clínicos no território da interioridade representam opções para um novo modelo de relacionamento do município com as suas populações. O tempo das infraestruturas para sensibilizar o olho eleitoral dos munícipes foi chão que deu uvas. Há novas escolhas para fazer, transparentes e politicamente escrutinadas, com reflexos que se querem visíveis nos orçamentos municipais. É a estes exemplos que chamo as novas escolhas públicas locais dos tempos de vacas magras, esqueléticas.

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