Esta semana vai ser
terrível em termos de trabalho profissional, não prometendo por isso uma grande
disponibilidade para as reflexões do blogue.
O Público continua em
grande forma. O jornalista José António Cerejo tem vindo a explorar o universo
empresarial e de rede que precede a ascensão política de Miguel Relvas e Passos
Coelho, agora com mais um facto, a criação de uma ONG, o Centro Português para
a Cooperação (CPPC), com fortes afinidades à já conhecida TECNOFORMA. A memória
dos fundadores parece ser bem curta. Ângelo Correia e Marques Mendes não
conseguem, por exemplo, explicar a sua participação no Conselho de Fundadores. A
investigação de Cerejo pode transformar-se numa preciosidade em matéria de
compreensão do ambiente de relações que está na base da ascensão política do
atual PSD.
A outro nível, o meu
amigo José Silva Peneda emerge cada vez mais como uma síntese da reduzida
lucidez que paira sobre as hostes do PSD. Simplesmente, ideias coerentes, fiéis
ao seu ideário político, que não mudou, o que mudou foi o contexto volúvel e precipitado
do seu partido. A sua entrevista é suportada por ideias sensatas e a convivência
que tem proporcionado ao Conselho Económico e Social reflete-se claramente na
sua visão do país e da perceção de rutura social eminente.
Noutras paragens, na
interioridade, o município de Baião e a ação do seu Presidente José Luís Carneiro,
agora também com responsabilidades diretivas no PS, mostram por antecipação
como o futuro vai ser palco de novas escolhas nas políticas locais. Não está em
causa se o que o município gastou é muito ou pouco. O que conta é que a aposta
na fixação de médicos no concelho é matéria de escolhas públicas locais. A
unidade móvel de saúde e o esforço de fixação de clínicos no território da
interioridade representam opções para um novo modelo de relacionamento do município
com as suas populações. O tempo das infraestruturas para sensibilizar o olho eleitoral
dos munícipes foi chão que deu uvas. Há novas escolhas para fazer,
transparentes e politicamente escrutinadas, com reflexos que se querem visíveis
nos orçamentos municipais. É a estes exemplos que chamo as novas escolhas públicas
locais dos tempos de vacas magras, esqueléticas.
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