O traço de El Roto e as vinhetas de Erlich, ambos no El País, fazem parte do imaginário visual deste blogue. Os dois
desenhos que a edição on line do El País de hoje reproduz são para mim
uma boa forma de ilustrar o que me vai na alma neste fim de ano que vai
perdendo o atrativo de outros tempos para se transformar numa rotina como outra
qualquer. Plenamente absorvido com o trabalho de reposicionamento estratégico
do Instituto Politécnico do Porto, uma instituição fortemente reativa que
procura um rumo consequente para os desatinos que as sucessivas governações têm
produzido sobre o futuro do ensino superior politécnico, passo assim o ano a
procurar no trabalho uma fonte de resistência para todo este desconchavo em que
o país se encontra. Poderia designá-lo como o síndroma do planeador em tempos
de crise. Por isso, a passagem para um outro ano, um 2013 de todos os desafios,
esbate-se. Aliás, na minha memória recente a última impressão distinta de uma
passagem de ano aconteceu já há anos com o mergulho em Nova Iorque na festa de Times Square com uma concentração de
pessoas que impressiona não só pela massa reunida, como pela capacidade logística
de a gerir.
Voltando ao
traço de El Roto e à vinheta de Erlich, elas completam-se. A expressão do
primeiro é notável pela sua capacidade de tradução do que todos enfrentamos: “Para
a frente não há futuro, só há tempo”. Assim é. E face a essa projeção, ou
reagimos contribuindo para forjar um futuro, ou gozamos com a situação, que por
vezes também ajuda a encontrar o equilíbrio. É o que a vinheta de Erlich faz.
Sem comentários:
Enviar um comentário