segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

EL ROTO E ERLICH



O traço de El Roto e as vinhetas de Erlich, ambos no El País, fazem parte do imaginário visual deste blogue. Os dois desenhos que a edição on line do El País de hoje reproduz são para mim uma boa forma de ilustrar o que me vai na alma neste fim de ano que vai perdendo o atrativo de outros tempos para se transformar numa rotina como outra qualquer. Plenamente absorvido com o trabalho de reposicionamento estratégico do Instituto Politécnico do Porto, uma instituição fortemente reativa que procura um rumo consequente para os desatinos que as sucessivas governações têm produzido sobre o futuro do ensino superior politécnico, passo assim o ano a procurar no trabalho uma fonte de resistência para todo este desconchavo em que o país se encontra. Poderia designá-lo como o síndroma do planeador em tempos de crise. Por isso, a passagem para um outro ano, um 2013 de todos os desafios, esbate-se. Aliás, na minha memória recente a última impressão distinta de uma passagem de ano aconteceu já há anos com o mergulho em Nova Iorque na festa de Times Square com uma concentração de pessoas que impressiona não só pela massa reunida, como pela capacidade logística de a gerir.
Voltando ao traço de El Roto e à vinheta de Erlich, elas completam-se. A expressão do primeiro é notável pela sua capacidade de tradução do que todos enfrentamos: “Para a frente não há futuro, só há tempo”. Assim é. E face a essa projeção, ou reagimos contribuindo para forjar um futuro, ou gozamos com a situação, que por vezes também ajuda a encontrar o equilíbrio. É o que a vinheta de Erlich faz.

Sem comentários:

Enviar um comentário