sexta-feira, 7 de junho de 2013

CONFERÊNCIA NO SALÃO ÁRABE


Ontem à noite, no Palácio da Bolsa, fui um dos protagonistas do quarto jantar-debate do ciclo deste ano – já o quarto de uma feliz organização conjunta da Associação Comercial do Porto com o apoio da Cunha Vaz & Associados! – das “Conferências do Palácio”, subordinado ao pomposo mote “A Economia sob o olhar dos Grandes Economistas” e pensado como visando um saudável contraponto entre economistas com base no Norte do País e economistas com base a Sul. Após um Miguel Cadilhe-Vítor Bento com moderação de Rui Neves, um Teixeira dos Santos-Rui Martinho com moderação de Luís Costa e um Alberto Castro-Miguel Beleza com moderação de Júlio Magalhães, tivemos, desta vez, um Freire de Sousa-João Duque com moderação de Paulo Baldaia.
 
No que me toca, elegi onze tópicos de abordagem frequente neste espaço para procurar desmontar quanto por este “Portugal democrático” já em 40ºano se amontoaram “cartéis paroquiais e lóbis” que foram exaurindo a nossa vitalidade económica (citando Olson) e quanto por cá foi crescendo uma “perceção de ingovernabilidade do País, que (…) radica, porventura, em grande parte, na consciência mais ou menos difusa das dissonâncias, dos desequilíbrios sociais e dos desajustamentos institucionais” (citando Madureira Pinto).

Referi-me, pois, a vários equívocos, desencontros, embustes e, sobretudo, a algumas verdades que a superficialidade das nossas elites tem conseguido obscurecer/omitir. A saber: a corrida do crescimento que temos vindo sucessivamente a perder, o lamentável conto de fadas que foi a nossa adesão à CEE, a infeliz coincidência de uma globalização que acelerou intempestivamente, o vírus da desindustrialização que nos atacou em grande força, as falácias da moeda única europeia, a complexa realidade que subjaz ao “monstro” do défice público, o bode expiatório que se quis fazer da dívida pública, a dívida privada que alimentou o fosso da nossa dívida externa, as nacionalistas e “solidárias” respostas europeias à crise, o “resgate desnecessário” e a feroz infalibilidade da Troika, a austeridade que tanto tem resistido ao expansionismo que lhe quiseram assacar…

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