quinta-feira, 6 de junho de 2013

PRECIOSIDADES (13)



A mensagem enviada por José Pacheco Pereira ao recente encontro promovido por Mário Soares na Aula Magna é uma peça de marcante lucidez política e bem reveladora da sua acutilância e espessura intelectual.

Remetendo para o blogue do autor (
http://abrupto.blogspot.pt) quem queira aceder à versão integral, aqui fica uma ilustrativa passagem:

Durante dois anos, o actual governo usou a oportunidade do memorando para ajustar contas com o passado, como se, desde que acabou o ouro do Brasil, a pátria estivesse à espera dos seus novos salvadores que, em nome do ‘ajustamento’ do défice e da divida, iriam punir os portugueses pelos seus maus hábitos de terem direitos, salários, empregos, pensões e, acima de tudo, de terem melhorado a sua condição de vida nos últimos anos, à custa do seu trabalho e do seu esforço. O ‘ajustamento’ é apenas o empobrecimento, feito na desigualdade, atingindo somente ‘os de baixo’, poupando a elite político-financeira, atirando milhares para o desemprego entendido como um dano colateral não só inevitável como bem vindo para corrigir o mercado de trabalho, ‘flexibilizar’ a mão de obra, baixar os salários. Para um social-democrata poucas coisas mais ofensivas existem do que esta desvalorização da dignidade do trabalho, tratado como uma culpa e um custo não como uma condição, um direito e um valor.

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