quinta-feira, 20 de junho de 2013

DIZEM QUE É UM SÍTIO PARADO


Erra largo quem pensar que não se passa nada de emocionante no Grão-Ducado do Luxemburgo! Pois não é que veio ao meu conhecimento, durante um episódico pequeno-almoço do dia de Santo António com o socialista Robert Goebbels, que o há dezoito anos primeiro-ministro Jean-Claude Juncker – maravilhas de ubiquidade! – enfrentava nessa tarde uma moção de censura ao seu governo no Parlamento local!

Tive curiosidade em conhecer o resultado e fui informar-me. Soube assim que o mesmo foi positivo para a continuidade de Jean-Claude e do seu governo de coligação entre social-cristãos e socialistas, sendo todavia que tal desfecho só ocorreu após um debate de rara virulência por parte da oposição liberal e ecologista e um difícil convencimento/alinhamento dos parceiros menores da coligação.

Mas o mais interessante está nas razões invocadas. Assim, e ao que parece, o atual ministro das Finanças (então ministro da Justiça) teria tentado abafar um inquérito do procurador do Estado sobre uma série de atentados à bomba cometidos nos anos 80 em contexto terminal da guerra fria. Uma matéria com ligações pouco claras à gravação revelada pelo então chefe dos serviços de espionagem de uma sua conversa de 2008 com Juncker que tinha em vista implicar o próprio grão-duque em ligações aos serviços secretos britânicos. Em girândola, aquele dito procurador manifestava-se ainda vítima de uma tentativa de desestabilização por parte do serviço de informações do país – este na dependência direta do primeiro-ministro –, nada menos do que inculpá-lo num caso de pedofilia.

Ninguém sintetizaria melhor tudo isto do que o próprio Goebbels: une affaire abacadabrante!

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