sexta-feira, 28 de junho de 2013

ELIS RITA

 
 
Maria Rita é a única filha mulher de Elis Regina e tinha 4 anos quando esta desapareceu de modo repentino e trágico, em 1982 e com apenas 36 anos. Três décadas depois e com carreira e vida pessoal já estabilizadas – dez anos de profissionalismo, cinco álbuns de estúdio, segundo casamento e nova maternidade –, aceitou finalmente interpretar publicamente canções do reportório de Elis e participar num tributo à mãe (promovido pelo seu meio-irmão e produtor musical João Marcelo Bôscoli). Assim foi organizada a tournée “Viva Elis”, entretanto rebatizada “Redescobrir”, espetáculo que agora vem apresentar em Portugal (começando, logo mais à noite, no Pavilhão Rosa Mota no Porto).

Apesar do todo o enquadramento familiar de Maria Rita estar intimamente associado ao meio – é filha do pianista e compositor César Camargo Mariano, irmã do cantor Pedro Mariano, mulher do músico Davi Moraes (que a acompanha neste show) e nora do “novo baiano” Moraes Moreira –, a imagem da jovem Rita continua a ser sobretudo indissociável da cantora brasileira mais carismática de todos os tempos. E vai ser certamente emocionante ouvir ao vivo a seleção de 28 temas que a mítica Elis outrora imortalizou e ela agora preparou à sua medida muito pessoal.

Impossível comparar, impossível escolher. Aliás como a própria sublinhou, não sem referir a especial emoção que associa a “Essa Mulher” e “Se Eu Quiser Falar Com Deus”. Pela minha parte, e enquanto pessoas que me são próximas terão um particular prazer e curiosidade em a ouvir interpretando “Fascinação”, vou certamente gostar de regressar a essas inesquecíveis, nostálgicas e imagéticas “Águas de Março” de Tom Jobim. Também por cantarem “o fim do caminho”, “o fim da ladeira” ou “o fim da canseira”, mas principalmente por serem “a vida” e “o sol”, “um passo” e “uma ponte”, “promessa de vida no teu coração” – “é pau, é pedra”…

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