Andei uns dias pela França profunda, entre a Alsácia, o Centro e os Midi-Pirinéus, com breves passagens pela Borgonha e pelo departamento político de François Hollande (Corrèze).
Em Estrasburgo, gostei de conhecer a por lá estabelecida jornalista e conselheira municipal Fernanda Gabriel e o seu marido Jack Hanning e partilhei de modo algo disperso o ambiente atordoado que domina a Europa destes dias – nada como ir aos locais! Em Orleães e Tours, mergulhei na História com a ajuda da visita a alguns castelos sobre o Loire, o Cher ou o Indre e à bela cidade de Amboise, onde no século XVI reinou Francisco I e jaz o seu então convidado Leonardo da Vinci – quanto mais tempo vivo mais acho que o passado é parte determinante do presente! Em Toulouse, senti de perto a metamorfose urbana em curso na quarta cidade francesa (os estaleiros de obras fizeram-me lembrar, ainda que talvez em melhor, o Porto de 2001) e o enorme dinamismo económico (a Airbus ali ao lado não deixa de ajudar bastante) e populacional (a presença jovem nas ruas é absolutamente inacreditável) que por lá se respira – pareceu-me um verdadeiro caso de estudo!
Quanto a matérias dominantes na opinião pública, abstraio de temas mais localistas (a reforma das pensões ou o alegado escândalo Tapie-Lagarde) para eleger o argumento da “exceção cultural” que a França brandiu fortemente no quadro europeu – chegando mesmo à ameaça de veto – para retirar o cinema, o audiovisual e a criação do âmbito das negociações comerciais com os Estados Unidos. Regressarei a este assunto…
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