O ministro das Finanças parece flutuar e navegar
completamente à deriva, sem vela ou vento orientador. Várias tiradas confirmam
esse comportamento errático. Faz de virgem ofendida quando em conferência de
imprensa conjunta com o presidente do Eurogrupo já há alguns dias se insurgiu
com um jornalista que “ousou” colocar aquele uma questão que Gaspar assumiu que
deveria ser-lhe dirigida. Noutra ocasião, assumiu em público a apresentação da medida
do supercrédito fiscal ao investimento que recusara insistentemente. Há dias, fez
a rábula do benfiquista condoído. E, mais recentemente, atira para o lado e acusa
o Partido Socialista de ter negociado mal um memorando do qual se considerou
largo tempo um executor emérito e exemplar. O professor Marcelo, perante tanta
inabilidade, passou-lhe a folha e guia de marcha. Marques Mendes fez algo de
similar ao salientar informações da Inspeção Geral de Finanças sobre avisos dos
riscos dos das empresas públicas olimpicamente ignorados pelo ministério das
Finanças já neste governo em 2011 e 2012.
O oportunismo de denunciar agora a pretensamente
errada negociação de algo que foi sua bandeira mostra, uma vez mais, que esta
gente não é de confiança, sobretudo quando o governo e nele certamente Gaspar
se vangloriaram de ir mais além do que o próprio memorando inicial. A
certificação alemã a que Gaspar se agarra como náufrago à deriva não vai chegar
para suster o inevitável. Venha a guia de marcha.
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