quarta-feira, 8 de junho de 2016

A FALÊNCIA EUROPEIA EM 4 GRÁFICOS DO FT




(Quatro gráficos que falam por si e que sobretudo nos interpelam com esta questão: como é que será possível a partir de aqui inverter esta situação e aproximar de novo a construção europeia dos seus cidadãos)

Alex Barker, no FT Briefing que recebo todos os dias de manhã bem cedo no meu mail e que constitui uma boa maneira de, longe, estar perto de Bruxelas, sintetiza em quatro gráficos o que me atrevo a classificar de falência europeia em curso (FEC).

O gráfico que abre o post descreve o avanço da impopularidade europeia nos países mais representativos da União, com a França à cabeça, revelando quão fértil é o terreno para a Frente Nacional manipular os acontecimentos e encontrar combustível para reforçar a sua expressão eleitoral. E nestas coisas do desagrado e da impopularidade não há contrafactual que valha. Ou seja, é desagrado absoluto e incapacidade de o comparar com o que pensariam os Europeus de uma não Europa.


O segundo gráfico descreve a brecha mais horrenda e mais recente. A incapacidade real de lidar com o problema dos refugiados. Bem sei que é mais fácil ver este problema a partir de Portugal do que a partir dos países que estão à frente das preferências das populações em fuga, mais propriamente dos países do centro e do norte da Europa. A desumanidade impera e é bem discutível a opção de tudo fazer depender da capacidade tampão que a Turquia esteja disposta a promover. Mas há sérios indícios de que a forma como a Turquia e as suas forças armadas tratam este problema é bem pouco recomendável.


O terceiro gráfico mostra que só em dois países, Alemanha e Polónia, é positivo o saldo de opinião favorável à maneira como as questões económicas têm sido geridas na União Europeia. O gráfico fala por si. Ele mostra que a gestão macroeconómica está a ser conduzida maioritariamente em desconformidade com o sentimento democrático das populações.


Finalmente, a divisão etária na Europa está implantada e os que mais terão acreditado no projeto europeu, apesar da resiliência do Estado Social pelo menos em alguns países, manifestam hoje uma profunda incomodidade com a evolução da construção europeia.

Estaremos muito provavelmente numa fase em que os fatores de desagrado e de impopularidade vão começar a interagir entre si, tornando o afastamento mais complexo e abrindo caminho sabe-se lá para que ocorrências políticas. Neste contexto, a questão do BREXIT é uma minudência.

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