(Quatro gráficos
que falam por si e que sobretudo nos interpelam com esta questão: como é que será possível a partir de aqui
inverter esta situação e aproximar de novo a construção europeia dos seus
cidadãos)
Alex Barker, no FT Briefing que recebo todos os dias de manhã bem cedo no
meu mail e que constitui uma boa maneira de, longe, estar perto de Bruxelas,
sintetiza em quatro gráficos o que me atrevo a classificar de falência europeia
em curso (FEC).
O gráfico que abre o post descreve o avanço da impopularidade europeia nos
países mais representativos da União, com a França à cabeça, revelando quão
fértil é o terreno para a Frente Nacional manipular os acontecimentos e
encontrar combustível para reforçar a sua expressão eleitoral. E nestas coisas
do desagrado e da impopularidade não há contrafactual que valha. Ou seja, é
desagrado absoluto e incapacidade de o comparar com o que pensariam os Europeus
de uma não Europa.
O segundo gráfico descreve a brecha mais horrenda e mais recente. A
incapacidade real de lidar com o problema dos refugiados. Bem sei que é mais
fácil ver este problema a partir de Portugal do que a partir dos países que
estão à frente das preferências das populações em fuga, mais propriamente dos
países do centro e do norte da Europa. A desumanidade impera e é bem discutível
a opção de tudo fazer depender da capacidade tampão que a Turquia esteja
disposta a promover. Mas há sérios indícios de que a forma como a Turquia e as
suas forças armadas tratam este problema é bem pouco recomendável.
O terceiro gráfico mostra que só em dois países, Alemanha e Polónia, é
positivo o saldo de opinião favorável à maneira como as questões económicas têm
sido geridas na União Europeia. O gráfico fala por si. Ele mostra que a gestão
macroeconómica está a ser conduzida maioritariamente em desconformidade com o
sentimento democrático das populações.
Finalmente, a divisão etária na Europa está implantada e os que mais terão
acreditado no projeto europeu, apesar da resiliência do Estado Social pelo
menos em alguns países, manifestam hoje uma profunda incomodidade com a
evolução da construção europeia.
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