(Os dados de criação
de emprego não agrícola nos EUA relativos ao mês de maio, pelo abaixamento de expectativas que
suscitam, trazem múltiplas implicações e a mais importante não será a das eleições
americanas)
Os 38.000 empregos criados no mês passado constituem o pior desempenho
mensal dos últimos 5 anos da economia americana e trazem inevitavelmente
implicações a vários níveis. Para além do indicador criado, o comportamento da
taxa de participação da força de trabalho alinha pelo mesmo diapasão (ver gráfico
abaixo). Depois de uma ligeira recuperação observada após um longo declínio, o
comportamento de declínio parecer ter retomado a sua senda anterior.
Múltiplas implicações.
Em primeiro lugar, o inenarrável Trump encarregar-se-á naturalmente de
utilizar este mau desempenho para zurzir na governação democrata e assim atingir
a candidata Hillary, para já não falar no efeito que estes números tenderão a provocar
na já implantada divisão do eleitorado democrata. Do candidato Trump tudo é de
esperar e prendas desta natureza são verdadeiro combustível.
Em segundo lugar, uma economia mundial carenciada de motores e com a generalidade
dos candidatos a essa função em situação de avaria necessitaria de uma economia
americana mais pujante.
Em terceiro lugar e para mim a implicação mais relevante, o fraco desempenho
do mercado de trabalho americano apesar do valor relativamente baixo (por
comparação com a União Europeia, por exemplo) mostra como quão precipitada pode
ter sido a decisão do FED USA de subir taxas de referência, sempre com a fobia inflacionária
a comandar o impulso para introduzir restrições por via da política monetária.
E mostra sobretudo como a taxa de desemprego constitui neste momento um indicador
bastante insuficiente como medida da situação económica global.
Sem comentários:
Enviar um comentário