(O assassínio de
uma militante política que contrariava pela sua prática política exemplar de
grande dádiva às causas públicas dá ao referendo da próxima quinta-feira uma carga emocional que ninguém
esperaria e que o torna ainda mais imprevisível)
Não é pelo conhecimento
da personalidade de Jo Cox que este post se justifica. Não tinha aliás qualquer
referência sobre a sua prática. Mas é um paradoxo trágico que uma militante de
grande dádiva e coragem para a intervenção pública, fazendo campanha no West Yorkshire,
coração do radicalismo de extrema-direita nacionalista britânica, morra em
pleno trabalho político às mãos de um fanático nacionalista. O Guardian mostra
como no West Yorshire germinou essa extrema-direita fanática sem que a devida
atenção tivesse sido prestada, talvez facilitada pela concentração de atenção
no islamismo radical. Jo Cox não era certamente uma deputada que contribuísse para
o descrédito da classe política, antes pelo contrário enobrecia essa origem com
trabalho corajoso e pedagógico ao serviço de uma ideia, o REMAIN.
Se o referendo para o
BREXIT já estava ao rubro, o desaparecimento trágico de Jo Cox dará à próxima
quinta-feira uma carga emocional totalmente imprevisível, que vai juntar-se
explosivamente à chantagem das argumentações menos elaboradas sobre o LEAVE e o
REMAIN. Em tempos conturbados para o LABOUR, totalmente carenciado de uma
renovação de protagonismos e de recuperação da confiança que parte do eleitorado
britânico já lhe concedeu, o desaparecimento de Cox deixa também o LABOUR mais
pobre.
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