sábado, 18 de junho de 2016

TRIBUTO A JO COX




(O assassínio de uma militante política que contrariava pela sua prática política exemplar de grande dádiva às causas públicas dá ao referendo da próxima quinta-feira uma carga emocional que ninguém esperaria e que o torna ainda mais imprevisível)

Não é pelo conhecimento da personalidade de Jo Cox que este post se justifica. Não tinha aliás qualquer referência sobre a sua prática. Mas é um paradoxo trágico que uma militante de grande dádiva e coragem para a intervenção pública, fazendo campanha no West Yorkshire, coração do radicalismo de extrema-direita nacionalista britânica, morra em pleno trabalho político às mãos de um fanático nacionalista. O Guardian mostra como no West Yorshire germinou essa extrema-direita fanática sem que a devida atenção tivesse sido prestada, talvez facilitada pela concentração de atenção no islamismo radical. Jo Cox não era certamente uma deputada que contribuísse para o descrédito da classe política, antes pelo contrário enobrecia essa origem com trabalho corajoso e pedagógico ao serviço de uma ideia, o REMAIN.

Se o referendo para o BREXIT já estava ao rubro, o desaparecimento trágico de Jo Cox dará à próxima quinta-feira uma carga emocional totalmente imprevisível, que vai juntar-se explosivamente à chantagem das argumentações menos elaboradas sobre o LEAVE e o REMAIN. Em tempos conturbados para o LABOUR, totalmente carenciado de uma renovação de protagonismos e de recuperação da confiança que parte do eleitorado britânico já lhe concedeu, o desaparecimento de Cox deixa também o LABOUR mais pobre.

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