A unanimidade da comunicação social de todo o mundo em torno da memória de Muhammad Ali, nascido Cassius Clay, diz quase tudo sobre uma passagem pela vida. Sobretudo na medida em que esta consegue congregar, em termos raros, a força de um planetário sucesso desportivo e a grandeza humana e cívica de um modo de estar e sentir.
A repetibilidade da maioria dos títulos (the greatest em várias versões e línguas), somada à homenagem de sentido mais alargado expressa por outros (monumental man, beyond greatness ou from blockbuster fighter to a country’s conscience), ajuda a contextualizar isso mesmo – como o próprio sintetizou: “gostaria de ser lembrado como um homem que venceu o título de pesos pesados por três vezes, que tinha humor e que tratou toda a gente devidamente. Como um homem que defendia acima de tudo as suas convicções. E não me importaria mesmo se o pessoal se esquecesse de quão bonito eu era.”
No que me toca, e só porque me julgo de algum modo representativo de uma determinada geração, cresci com Cassius/Ali por perto, interessei-me e li sobre ele, torci por ele e acordei a perguntar pelo resultado dos seus combates – digamos que Cassius/Ali já atingira à época da minha infância um prenunciador estatuto mítico, assim como uma espécie de herói virtuoso de uma globalização avant la lettre.
Abaixo, as minhas três vinhetas preferidas - genial e poderosa a ideia daquele countdown do árbitro junto ao túmulo! - sobre a triste matéria aqui em apreço.
(Vasco Gargalo, http://www.cartoonmovement.com)
(Hassan Bleibel, http://www.cartoonmovement.com)
(Idígoras y Pachi, http://www.elmundo.es)
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