(Bart, http://www.jornaldenegocios.pt)
Não, embora possa parecer, aquilo de que vos venho aqui falar hoje não é de uma dose de mais futebol, pelo menos desse que faz com que nos entrem pela casa dentro a todas as horas informações inúteis e estúpidas ou comentários dispensáveis e redundantes. E um mar de ignorância impregnada de saberes indemonstráveis. A gente esquece depressa quão silly se pode tornar cada uma destas seasons dos grandes, e até interessantes pelo seu conteúdo próprio, eventos futebolísticos europeus e mundiais.
Mas o que me traz é outro tipo de acontecimento que ocorre a pretexto do desporto-rei. Com efeito, terminou uma semana antes do início do “Euro 2016” uma competição internacional de futebol, uma espécie de “Mundial” dos não-afiliados, cuja organização cabe à ConIFA (Confederação de Associações Independentes de Futebol) – uma entidade desligada da FIFA, fundada em 2013 e composta por 37 estados não reconhecidos pela comunidade internacional, micronações e minorias e povos sem Estado. Um acontecimento desportivo que constitui também, necessariamente, uma tribuna pública e mediática para as diversas causas em presença – sobretudo as mais politizadas por conflitos ou exílios forçados quase tornados globalmente esquecidos, como nos casos presentes na Índia, no Iraque, em Chipre, na Somália, nas Ilhas Chagos, na Arménia Ocidental ou no Japão; menos as mais marcadas por um folclore regionalista com alguns matizes separatistas, como nos casos presentes no Tirol, no norte de Itália, na Roménia ou na Lapónia.
Tendo por país anfitrião a Abecásia, nas margens do Mar Negro, e desenrolando-se os jogos nas cidades de Sucumi (a capital) e Gagra, o torneio contou com a participação de doze equipas (abaixo a discriminação dos respetivos grupos de apuramento). A final Abecásia-Panjabe foi disputadíssima e terminou com um empate, aliás apenas obtido pelos da casa a dois minutos do termo do encontro. E foram as grandes penalidades que concederam o título de world champion outside FIFA aos abecásios que em número de oito mil enchiam entusiasmados o seu “Dinamo Stadium”. Como prometido, aqui deixo uma outra e curiosa perspetiva do fenómeno futebolístico...
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