É de há anos que Wolfgang Münchau (WM) nos brinda semanalmente com a sua competência e lucidez analítica a propósito de temas europeus. Não terá estado na linha justa todas as vezes nem aplicado sempre a dose certa na medida das suas apreciações, mas WM é um daqueles raros comentadores que pensam o que dizem e sabem do que falam. Um dos seus últimos textos localizava a real ameaça à Europa ali para os lados do Egeu, para o que começava por referenciar com mestria três ameaças simultâneas e potencialmente destrutivas que no início do ano paralisavam a União Europeia (UE) – o Grexit, o Brexit e a crise dos refugiados –, explicava de seguida o atual ponto de situação – a primeira diminuiu de intensidade mas não desapareceu, a segunda está por decidir e a terceira está em perigo de explodir – e sublinhava que até pode acontecer que a UE venha a escapar um pouco a todas as três até ao final do ano (num bambúrrio de sorte, acrescento eu). Concluía, no entanto, WM que logo depois as conjunturalmente garbosas autoridades europeias irão perceber que a crise da dívida grega persiste não resolvida, que serão terrivelmente difíceis de gerir as novas regras do Reino Unido como membro da UE (isto se o Brexit não acontecer, note-se) e que “o único vencedor do acordo com a Turquia é Merkel, como sempre”. Ou seja?
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