quinta-feira, 9 de junho de 2016

DE FORA DA CAIXA


Poupo quem me lê a muitas palavras, que substituo por alguns títulos noticiosos a percorrer de cima para baixo. Na era recente, tudo começou com a fuga sobre a designação de António Domingues (AD) para novo presidente da CGD, uma escolha que é de aplaudir porque se lhe ter de reconhecer competência própria, experiência relevante e independência bastante. Depois, foram-nos chegando sucessivos sinais inquietantes: AD a formar equipa com base numa garantia de subir salários, o Governo a aprovar uma injeção de 4 milhões no banco público, uma administração com 19 membros e alguns nomes duvidosos para a função, o Governo a aprovar (contra a Esquerda e, pasme-se!, o CDS) o fim dos tetos salariais para os gestores da Caixa. Urge, mas urge mesmo, que alguém capaz agarre de frente neste dossiê, seja no plano da complexa substância das matérias em causa seja no plano da sua adequada comunicação. Afinal, não estamos de todo a falar de minudências mas sim da seriedade com que se defende a importância estratégica da existência de um banco público e da seriedade com que se gerem os correspondentes dinheiros públicos. Os vencimentos e os nomes decorativos, esses sim, são mais do foro dos detalhes a tender para o irrelevante, pesem embora algumas indicações extemporâneas/precipitadas de que “não havia necessidade” e contanto venha a haver – pela primeira vez, quase diria – uma verdadeira equipa de gestão na CGD. Anseio e puxo por isso, mas desculpem-me que tenha de assumir que ainda pago para ver...

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