quarta-feira, 1 de junho de 2016

O CRESCIMENTO DESCONECTADO


Dificilmente um gráfico podia ser mais ilustrativo das tendências histórico-económicas que se nos vão apresentando e impondo (embora aqui com mera referência à realidade americana). De facto, do gráfico constam quase sete décadas de evolução comparada de algumas variáveis económicas socialmente determinantes, como sejam o crescimento do PIB, da produtividade, do rendimento das famílias e do emprego privado. Uns breves e simplistas apontamentos em torno da constatação temporal de um great decoupling dos salários e empregos (mas também da produtividade) relativamente ao crescimento: a primeira variável a desligar-se de uma evolução razoavelmente equilibrada entre todas foi o emprego pelo início dos anos 60, depois foi o rendimento disponível a ceder muito significativamente a partir dos anos 70 e seguidamente a produtividade começou a infletir mais marcadamente por volta de meados dos anos 80. No final das contas, e para uma recondução dos quatros índices à base 100 em 1947, o PIB está hoje acima dos 800, a produtividade próxima dos 500, o emprego pouco acima dos 300 e o rendimento disponível médio abaixo dos 250 – está aí quase tudo (modos de regulação e mudança tecnológica incluídos), mesmo que de forma nem sempre completamente explícita...

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