(James Ferguson, http://www.ft.com)
(Felipe Hernández, “Caín”, http://www.larazon.es)
Abril foi talvez o mês mais atípico de toda a minha existência. Chegamos ao seu final algo exauridos mas, sobretudo, com um imenso ceticismo quanto ao que nos vai sendo contado às pingas, seja por razões de desconhecimento e incerteza fundamental seja também por razões de algum paternalismo desvalorizador de uma sadia partilha cidadã. Adiante neste tópico, pelo menos por hoje.
Porque aquilo com que hoje vos venho maçar para um encerramento diferente desse tal mês estranho vai no sentido de aqui deixar registada a imagem caricaturada de alguns nomes que marcaram, para positivos ou para negativos e com relação direta/indireta ou nula ao coronavírus e suas várias implicações, os acontecimentos que nos foram sendo dados a conhecer dia após dia.
Para os lados do continente americano, e na direção norte, um choque entre Trump (já não há adjetivos para o qualificar!) e o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, este que esteve à altura da gravidade da situação e não se coibiu de afrontar a bizarria autoritária do presidente.
(Lalo Alcaraz, http://syndication.andrewsmcmeel.com)
(Joe Cummings, http://www.ft.com)
Mais a sul, a boçal figura de Bolsonaro não deixa espaço a outras, sendo que a sua zanga com Sérgio Moro e a saída deste do governo poderão ficar a assinalar o princípio de um fim que os brasileiros mereciam lhes fosse oferecido.
(Agustin Sciammarella, http://elpais.com)
(Ryan Olbrysh, https://www.economist.com)
Em paragens asiáticas, Xi a proclamar um ainda muito impreciso regresso à normalidade na sua China (tanto haverá ainda a esclarecer sobre o papel do país no aparecimento e desenvolvimento do surto, crescendo em simultâneo as expectativas quanto ao impacto no regime de tudo isto, oscilando os especialistas entre os ganhos decorrentes de uma posição internacional em vias de reforço e as perdas associadas a quebras no crescimento, a um sistema financeiro cada vez mais debilitado e a uma complexa e contraditória situação política e social interna) e o ditador norte-coreano a ser dado por desaparecido (ou eventualmente morto) e assim fazendo recrudescer os ecos de uma sua substituição pela irmã que sempre o acompanhou de perto (uma Kim, Yo-jong, a suceder a um Kim, Jong-un).
(Patrick Blower, http://www.telegraph.co.uk)
(Antonio Rodriguez, http://www.cartoonmovement.com)
Na Europa, por fim, assistimos ao regresso de Merkel à arena política europeia (impondo muito cautelarmente a sua autoridade continental) e, paralelamente, ao regresso físico de Boris (recuperado da doença que o hospitalizou e agora senhor de um discurso irreconhecível quando relembradas as barbaridades que exibiu antes de ficar infetado).
(Klaus Stuttman, http://www.tagesspiegel.de)
(Patrick Blower, http://www.telegraph.co.uk)
Venha agora o aguardado maio e, para que dê certo (o que quer que isso signifique!), não se esqueçam de pôr nesta noite as devidas flores no ferrolho da porta...