Saudosos de algum futebol estaremos certamente muitos, apesar de tudo quanto o carateriza e condiciona em termos de transparência desportiva e financeira. Mas ainda andam a Federação e a Liga a procurar que um quadro de alguma possível minimização da atual situação de emergência lhes permita encontrar uma forma de reatar o nosso campeonato, e de assim também ficarem em condições de responder sem grandes atribulações – de facto: quem seria o vencedor em caso de não retoma da atividade? Ou, a ser decidido não haver vencedor, quem seria indicado para a Champions e outras provas? E como se encontraria forma de o eleito não deixar de ser o “clube do(s) regime(s)”? – às exigências da UEFA com vista à representação portuguesa nas suas competições da próxima época, e já a malta se ufana em torno de um tal regresso e da eventualidade de ele se fazer sem público e concentradamente no Algarve (o que parece bem do ponto de vista dos diversos ângulos a ter em conta). Neste quadro, o sempre eficaz Vieira já se veio reposicionar publicamente no sentido de aplainar o caminho para a reposição do seu já habitual e proeminente lugar no seio do sistema futebolístico nacional – entretanto, e enquanto o “poderoso chefão” promete voltar em breve ao Marquês (ele lá sabe as armas com que conta, mas não queira Deus!), os “leões” vivem tempos relativamente amenos (seja por via da ausência em serviço militar do seu presidente seja por via da invencibilidade prolongada que vêm conhecendo). Quero terminar com uma manifestação de regozijo no meio de toda esta parafernália pandémica, decorrente a dita da agradabilidade de agora ligarmos o aparelho televisivo e não nos depararmos com programas e discussões tão intermináveis e repetitivas quanto irrelevantes e idiotas em torno do desporto-rei, ademais frequentemente assentes no ruído pouco edificante de alguns figurões da nossa confrangedora praça pública...
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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