(Bob Moran, http://www.telegraph.co.uk)
Apesar de ter igualmente uma maneira pouco ortodoxa de estar na política e de ser senhor de um irritante e algo oportunista conservadorismo nacionalista, Boris Johnson fica a milhas de distância da estupidez narcísica do seu amigo e aliado Donald Trump. Teve, aliás, o mérito de emendar a mão relativamente à sua primeira abordagem da crise do coronavírus, pese embora o facto de nunca ter verdadeiramente assumido uma autocrítica.
Entretanto, e quase à laia de um castigo divino, foi ele próprio atingido pelo mal e chegou a estar em cuidados intensivos num hospital londrino. Ontem teve alta e veio dar a cara (things could have gone either way, disse), ao mesmo tempo que agradecia penhoradamente aos dois enfermeiros que o acompanharam em permanência (uma neozelandesa e um português).
Até que ponto teremos um Boris de alguma forma modificado ao comando do Reino Unido? Conheceremos doravante alguém mais aberto e humano do que aquele fundamentalista que fez o Brexit a todo o custo e sem olhar a consequências que não as que decorriam da sua ambição de poder pessoal? A pergunta impõe-se quando todos os pensadores do que aí vem nos falam do mundo diferente que temos pela frente – será ingenuidade admitir que os agentes políticos não ficarão alheios a tudo isto?
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