(Na mira de ir percebendo em que momento estaremos, lá
vou seguindo úmeros e curvas da incidência da pandemia. Talvez seja tempo também de começar a seguir os efeitos económicos, o que
fica para futuras preocupações.)
Todas as informações reportam
ao fim da manhã do dia de hoje. Os dados portugueses são os que resultam dos
boletins diários da DGS. O universo de 23 países com maior número de infetados
provém da base de dados continuamente atualizada do John Hopkins University Center
sobre o Coronavírus. Os dados relativos a Espanha são retirados de séries que
os jornais espanhóis vão publicando a partir de fontes oficiais.
O caso de Portugal
Comecemos pelo nosso. Para comparação com momentos anteriores, limito-me à
evolução das taxas de variação de infetados registados e de casos suspeitos.
O gráfico das taxas de variação de infetados registados e suspeitos (acima
representado) descreve nos últimos dias uma trajetória de decrescimento de taxas
de crescimento, o que vulgarmente designamos de desaceleração. A evolução
dessas taxas ainda é deficientemente representada por uma reta descendente. Qual
a interrogação? Que tempo teremos de suportar até que se tornem negativas?
Em conformidade, o gráfico acima da evolução do número de infetados registados
e do número de suspeitos descreve duas funções polinomiais, em que “parece”
finalmente na curva de infetados se observar o início de um “plateau”, ou seja
de um período em que as taxas de crescimento serão positivas e constantes em torno
de um valor não substancialmente alto. Quando começaremos a descer desse
planalto?
O universo de 23 países com maior número de infetados registados
Comecemos pela taxa de letalidade entre
os infetados (gráfico que abre o post). Seis países (por ordem decrescente) continuam acima
dos 6%: Itália, Espanha, Países Baixos, Reino Unido, França e Bélgica. Países
Baixos e Reino Unido apresentam hoje taxas muito elevadas e similares à de
Espanha. E não me venham dizer que o número de infetados estará mais
subavaliado na Holanda e no Reino Unido. Entre os escandinavos, a Suécia está
bem acima dos seus parceiros, sugerindo que o modelo particular e inato de
distância social não será suficiente. Mas a Dinamarca que se fechou mais cedo
não tem parado de crescer.
Em relação à taxa de infeção por mil habitantes (2018), os EUA apesar de
dominarem em grande escala a massa de infetados, apresenta ainda dada a sua
dimensão valores relativamente baixos. Mas teme-se o pior. 4 países estão acima
de 1,5 infetados por mil habitantes (por ordem decrescente): Espanha, Suiça,
Itália e Bélgica. Espanha e Suiça ultrapassaram a Itália.
Espanha
A evolução do número diário
de mortos é impressionante e espera-se que finalmente a partir de hoje possa
começar a diminuir.
A evolução do número total
(acumulado) de infetados é ainda representado por uma polimonial em fase
crescente.
Nota final
Até aqui a incidência do COVID-19 em países mais pobres, que se prevê
devastador, não dispõe ainda, em meu entender, de números fiáveis para se
compreender a dimensão da desgraça. Mas procurarei conceder-lhe uma maior
atenção. Sei pelo menos que o meu Amigo angolano José Cerqueira está bem e em
isolamento em Luanda.
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