sábado, 4 de abril de 2020

SEGUINDO AS CURVAS E GRÁFICOS, SEM ANGÚSTIA



(Na mira de ir percebendo em que momento estaremos, lá vou seguindo úmeros e curvas da incidência da pandemia. Talvez seja tempo também de começar a seguir os efeitos económicos, o que fica para futuras preocupações.)

Todas as informações reportam ao fim da manhã do dia de hoje. Os dados portugueses são os que resultam dos boletins diários da DGS. O universo de 23 países com maior número de infetados provém da base de dados continuamente atualizada do John Hopkins University Center sobre o Coronavírus. Os dados relativos a Espanha são retirados de séries que os jornais espanhóis vão publicando a partir de fontes oficiais.

O caso de Portugal

Comecemos pelo nosso. Para comparação com momentos anteriores, limito-me à evolução das taxas de variação de infetados registados e de casos suspeitos.


O gráfico das taxas de variação de infetados registados e suspeitos (acima representado) descreve nos últimos dias uma trajetória de decrescimento de taxas de crescimento, o que vulgarmente designamos de desaceleração. A evolução dessas taxas ainda é deficientemente representada por uma reta descendente. Qual a interrogação? Que tempo teremos de suportar até que se tornem negativas?


Em conformidade, o gráfico acima da evolução do número de infetados registados e do número de suspeitos descreve duas funções polinomiais, em que “parece” finalmente na curva de infetados se observar o início de um “plateau”, ou seja de um período em que as taxas de crescimento serão positivas e constantes em torno de um valor não substancialmente alto. Quando começaremos a descer desse planalto?

O universo de 23 países com maior número de infetados registados

Comecemos pela taxa de letalidade entre os infetados (gráfico que abre o post). Seis países (por ordem decrescente) continuam acima dos 6%: Itália, Espanha, Países Baixos, Reino Unido, França e Bélgica. Países Baixos e Reino Unido apresentam hoje taxas muito elevadas e similares à de Espanha. E não me venham dizer que o número de infetados estará mais subavaliado na Holanda e no Reino Unido. Entre os escandinavos, a Suécia está bem acima dos seus parceiros, sugerindo que o modelo particular e inato de distância social não será suficiente. Mas a Dinamarca que se fechou mais cedo não tem parado de crescer.


Em relação à taxa de infeção por mil habitantes (2018), os EUA apesar de dominarem em grande escala a massa de infetados, apresenta ainda dada a sua dimensão valores relativamente baixos. Mas teme-se o pior. 4 países estão acima de 1,5 infetados por mil habitantes (por ordem decrescente): Espanha, Suiça, Itália e Bélgica. Espanha e Suiça ultrapassaram a Itália.

Espanha

A evolução do número diário de mortos é impressionante e espera-se que finalmente a partir de hoje possa começar a diminuir.


A evolução do número total (acumulado) de infetados é ainda representado por uma polimonial em fase crescente.


Nota final

Até aqui a incidência do COVID-19 em países mais pobres, que se prevê devastador, não dispõe ainda, em meu entender, de números fiáveis para se compreender a dimensão da desgraça. Mas procurarei conceder-lhe uma maior atenção. Sei pelo menos que o meu Amigo angolano José Cerqueira está bem e em isolamento em Luanda.

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