(Regresso aos gráficos da letalidade com dados de hoje de
manhã do John Hopkins University Center. Prometo não ser obsessivo. O panorama
vai-se alterando e a situação da Bélgica começa a assumir proporções preocupantes.
Testemunhos que chegam de Bruxelas sugerem que em matéria
de orientação e informação quanto à reação aconselhável perante a doença a
situação é claramente insuficiente. A situação política do país estará a pesar
nestes resultados?
O gráfico da manhã de
hoje é esclarecedor. Não se trata dos 24 países com mais infetados, mas está próximo disso. Mantenho a comparação entre os escandinavos e acrescento a Rússia. Um conjunto de sete países domina claramente em matéria de
valores mais elevados da taxa de letalidade por infetados registados. Sabemos a
falibilidade desta taxa, fortemente influenciada pela fraca comparabilidade do
denominador em cada país, dada a diversidade de abordagens em matéria de testes
à população.
Mas o conjunto de países
é em si revelador: Bélgica, Reino Unido, Itália, França, Países Baixos, Suécia
e Espanha. Neste universo de maior letalidade, avultam os seguintes traços: (i)
caráter errático na abordagem à crise (Reino Unido); (ii) modelo mais
distendido na contenção (Países Baixos e Suécia); (iii) pulsão inicial muito forte
da emergência do vírus e atrasos de resposta (Espanha e Itália); (iv) eventual
influência de fragilidade política de governo (Bélgica). Não consigo
compreender os valores elevadíssimos da França. Um país mais vulnerável do que
normalmente assumimos que é, atribuindo algum sentido à exaustão social que
precedeu os “maillots jaunes”?
A análise da taxa de
letalidade por 1.000 habitantes não diverge muito do que fica dito atrás, o que
esbate o problema da não comparabilidade de métodos de testagem. E a Bélgica de
novo a encimar a distribuição.
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