terça-feira, 10 de novembro de 2020

DA VACINA


Todos, pasquins de vária ordem e jornais de referência de várias cores, todos unidos numa onda de otimismo decorrente do anúncio da possível disponibilização para breve de uma vacina contra a Covid-19, em desenvolvimento desde há dez meses pela farmacêutica norte-americana Pfizer em parceria com a empresa alemã BioNTech, com testes de eficácia acima dos 90%; só o “Financial Times” se focou preferencialmente nos efeitos da notícia nos mercados à escala global. Mas todos sabemos, mesmo os que de nós pouco sabem em termos técnico-científicos da matéria, que esta possibilidade ainda tem muito caminho a fazer (autorização, produção, comercialização e distribuição, avaliação de efeitos secundários e por grupos de risco, etc.) até que a luz surja, de facto, ao fundo do escuro túnel em que nos encontramos. O que sugere, sobretudo e para além de alguma esperança, é quão generalizado é o nervosismo e o medo associado à pandemia e quanto a mesma já provocou nos cidadãos do mundo de fadiga, saturação e insuportabilidade. Fica o registo do dia em que alguma história pode ter começado a ser escrita.

 

(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)

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