domingo, 8 de novembro de 2020

ENTRETANTO NO BRASIL...

(Alberto Benett e Laerte Coutinho, http://folha.uol.com.br)

 

É sabido quanto Donald Trump funcionava como grande inspirador de Jair Bolsonaro – e, na realidade, de março a abril não há que rir, pese embora a cópia seja sempre pior do que o original (contanto menos perigosa). O que parece certo é que no Palácio do Planalto se vivem dias de profunda tristeza, assim algo do tipo do que alguém sente quando perde um pai.

 

Feita esta pequena precisão canarinha, e agora um pouco mais a sério, sublinhe-se que muitos são os investigadores e analistas políticos que sustentam a existência de uma correlação entre a ascensão do populismo à escala mundial e a reacionária trajetória de evolução sofrida pelo Partido Republicano americano desde os tempos do “Tea Party” e, com especial significância, desde a sua chegada ao exercício presidencial de Trump em 2016 – o gráfico abaixo, embora limitado à dimensão geográfica europeia, é desse ponto de vista bem elucidativo. A vitória de Biden abre, neste quadro, novas e promissoras perspetivas ao fazer desaparecer da cena internacional quotidiana e da centralidade do poder mundial o exemplo acabado da mais impune das pornografias políticas, deixando de algum modo com as costas menos quentes os vários tipos de seguidores populistas que se foram perfilando na última década. Dito isto, é também claro que cada caso nacional é específico e integrador de parâmetros próprios, ou seja, há que nunca baixar a guarda...


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