Não, não se trata de invocar a mais ou menos pimba canção
de Mónica Sintra que nos massacrou os ouvidos nas rádios mais populares. Mas de
facto afinal havia outra. Ou seja, há sempre uma outra causa responsável pela
instabilidade dos mercados e por toda a indeterminação que grassa na economia
mundial e que prolonga a já mais longa recessão da história económica recente.
De facto, a história recente da crise da zona euro
evidencia que sucessivas últimas causas vão sendo afinal afastadas à medida que
a verificação do seu contrário acaba por não suspender a referida indeterminação.
O clímax gerado em torno do último ato eleitoral na Grécia
mostra com toda a evidência a falência desta técnica artificial de criação de
falsos pontos de clímax para gerar choques pretensamente regeneradores da
indeterminação e instabilidade dos mercados. Esta técnica destina-se no fundo a
iludir a incapacidade dos decisores de entender a dimensão global dessa
instabilidade e permite ganhar algum tempo, mas pode custar muito caro. Sobretudo,
porque não tem em conta a deterioração das situações de base e a cada vez mais
complexa teia de situações políticas internas que vai gerando.
O caso grego é exemplar. A vitória de uma força política
identificada ou pelo menos subscrevendo mesmo que taticamente ou pela força das
circunstâncias a atuação da Troika era vista como uma condição crucial para
antever a visão redentora. Ou, pelo seu contrário, uma vitória da esquerda
radical (a outra está a caminho da extinção) seria o caos. Mas afinal a vitória
da Nova Democracia (que nome aterrador) não erradicou a referida instabilidade
e nem sequer algum alívio sobrou para os amigos espanhóis, de novo a suplicar
qualquer intervenção que lhes faça descer o custo do seu financiamento nos
mercados da dívida pública. Será que vão inventar um novo ato eleitoral para
fazer descer a votação do Syriza? Que outro clímax vão decretar?
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