Anteontem,
Kolback da Veiga reconhecera o seu erro e tudo parecia sanado. Só que, afinal e
mais uma vez, havia outro:
Exmo.
Senhor
Arq.
José António Saraiva
Director
do Jornal “Expresso”
Lisboa,
27 de Março de 2005
Exmo.
Sr. Director,
Ao
que parece, o Dr. Miguel Veiga continua com problemas com a secretária,
conforme pode ver pelos documentos juntos.
E
agora qual será a desculpa?
Manuel
Freire
Presidente
SPA
O atónito recetor
da epístola acima, cujo conteúdo diz tudo quanto à estima de Manuel Freire por
Kolback da Veiga, atuou de imediato e, como lhe competia, “despediu” o
colunista que escreve por entrepostas pessoas. Assim:
Exmo.
Senhor
Dr.
Miguel Veiga
Paço
d’Arcos, 28 de Março de 2005
Meu
Caro Miguel Veiga,
Após
o incidente ocorrido com o seu artigo “Memórias, Retratos e Histórias”, em que
transcreveu largos extractos de um livro de Clara Crabbé Rocha sem as devidas
aspas nem a indicação da origem, enviei-lhe uma carta dando-lhe conta da minha
preocupação com o sucedido e chamando-lhe a atenção para as graves
consequências que daí poderiam ter advindo para o Expresso (e para si próprio).
Foi
pois com a maior estupefacção que recebi uma carta do presidente da SPA; Manuel
Freire, de que junto cópia, dando conta da transcrição, no seu artigo “O
intelectual empenhado”, publicado no Expresso de 9 de Abril, de largos
extractos do livro “Les intellectuels en question”, de Michel Winnock [José António Saraiva explica em nota
de pé de página que a obra é de Maurice Blanchot e que foi induzido em erro
pela informação prestada pela SPA], numa
tradução literal e sem as devidas as devidas aspas nem indicação de origem.
Como
compreende, perante este novo incidente não posso deixar de tomar uma atitude.
Agradecendo-lhe
ter aceite o meu convite dirigido em fins de 2004 para colaborar no Expresso,
peço-lhe para o considerar sem efeito a partir desta data.
Com
os melhores cumprimentos,
José
António Saraiva
Useiro e vezeiro,
pois. Na sua muito própria “decência e higiene mental” e recusando “a
frivolidade e até a sociedade do espetáculo e do contentamento”. Neste como em outros
“dossiers” em que deixaram rasto o seu ego e interesses. Este tão teatral
trovador da fidelidade ao Porto não é um homem do Norte, antes se revela como um
tagarela compulsivo que é também um incorrigível copista…
Nota final: as
epístolas divulgadas neste post e anteriores provêem do capítulo 25 (“Ainda o
Norte: um caso de plágio”) de “Confissões”, um livro de 2006 sobre os últimos
anos no “Expresso” e o nascer do “Sol” da autoria de José António Saraiva e
dado à estampa pela “Oficina do Livro”. Com a devida vénia…
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