quinta-feira, 21 de junho de 2012

MERCADO IMOBILIÁRIO MUTANTE


O título não é meu. De novo, o INTERESSE PRIVADO, AÇÃO PÚBLICA acolhe com prazer a pena e o olhar desconcertante do Álvaro Domingues sobre o quotidiano da longa transformação que atravessará a sociedade portuguesa, na sequência do esvaziamento, não chegou a ser rebentamento, da nossa bolha, salvo seja, ou seja do que fez o atípico das nossas cidades, subúrbios, terras de ninguém, que não vão dar a lado algum. A nossa bolha é só nossa, de mais ninguém.
“Sou estagiária na MUTANT – Architecture & Design, everything written in stranger that is the language that best understands and is immune to the orthographic agreement. We do, perdão, fazemos casas minimais em betão branco, tipo micro-ondas com aplicações em madeira, cipreste à porta e uma gaja para dar escala e sex appeal e um lago. Não vem cá ninguém, não se faz nada, não se vende nada. Passou aqui um tipo e pôs-se a tirar retratos. Pensei que era um cliente, mas não. É desses que não deve ter mais nada para fazer. Se não fosse ovina de cérebro rarefeito, deitava-me deste muro abaixo. Perguntei-lhe se estava interessado na casa (ela de facto não existe, pertence aos mercados de futuros incertos) mas o gajo não deve ter percebido. Dizem que temos um vocabulário simplório e uma fonética de mmms e éééééés que soa sempre ao mesmo. É exatamente o que eu penso do que ouço na política e nos programas sobre economia. Cada um sabe de si, como diz o povo (quemméé o povo?).”

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