(Banco de Portugal)
| Nota de Informação Estatística | Lisboa, 22 de maio de 2012 |
| Nota de Informação Estatística | Lisboa, 22 de maio de 2012 |
Já aqui repetidas vezes sublinhei o fator crucial da
evolução do crédito como elemento chave de monitorização da transição penosa e
complexa em que a economia portuguesa está mergulhada por força do resgate
financeiro.
O problema central da economia portuguesa não será
provavelmente um problema de crédito, como um abespinhado Fernando Ulrich
clamava há umas semanas.
O problema central é seguramente o da mudança do seu
modelo de crescimento em plena consolidação de contas públicas e com a
desalavancagem do setor bancário à perna. E nesta mudança a evolução do crédito
torna-se crucial, pois a estrutura de financiamento do setor empresarial português
não pode inverter-se por magia de um momento para o outro, fazendo emergir quer
a hipótese de um segundo mercado bolsista ou um pujante processo de geração de “private
equities”. A dependência do financiamento empresarial do crédito bancário não
pode ser escamoteada e uma revolução sistémica como a anteriormente referida
exige uma trajetória incremental, com uma espessura de tempo considerável.
Em linha com esta preocupação, o Banco de Portugal
começou no seu Boletim Estatístico de maio a divulgar informação sobre
empréstimos concedidos pelo setor financeiro residente às empresas privadas
exportadoras.
Esta informação é vital para compreender se há evolução
tendencial em curso na afetação do crédito em ambiente de desalavancagem do
setor bancário, embora seja de estimar uma longa transição nesta matéria, pois
o peso do setor transacionável na afetação de crédito ao setor não financeiro
parte de valores extremamente elevados.
Assim, num ambiente global de taxas de crescimento negativas
do crédito às empresas não financeiras, a taxa de variação homóloga dos empréstimos
concedidos pelo setor financeiro residente ao setor exportador tem caído,
embora ainda se mantenha positiva (de mal o menos). No fim do 1º trimestre de
2012, o setor exportador absorvia 12.9 % do total do crédito concedido pelo
setor financeiro residente às empresas não financeiras.
O Boletim Estatístico do Banco de Portugal publica ainda
dois indicadores, o rácio de crédito vencido e a percentagem de devedores com
crédito vencido (ver gráficos acima) que evidenciam uma maior resiliência do
setor exportador.
Que o setor exportador era resiliente já o sabíamos. Mas
a transição de que falávamos anteriormente é bem mais complexa e penosa do que
essa resiliência. O comportamento futuro dos novos indicadores agora publicados
regularmente pelo Banco de Portugal permitirá monitorizar essa transição. Mas a
degradação da situação internacional, com um submarino em trajetória de
afundamento (capa desta semana do Economist) como metáfora dessa degradação,
pode hipotecar a referida resiliência. Como diz o Economist, continuamos
dependentes da lucidez global (Please can
we start the engines now, Mrs Merkel?).
ResponderEliminarsaudação.
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