sexta-feira, 8 de junho de 2012

NOSTALGIA DESPORTIVA

Começa hoje o “Euro 2012”. Embora o insuportavelmente hiperbólico circo mediático já ande por aí há uns dias. Aposto que Cavaco não vai aceitar o convite de Cristiano Ronaldo, formulado em Belém nos seguintes e exatos termos (foto abaixo): “Convidamos para você vir ver um jogo, estar presente num dos nossos jogos do Europeu”! Mas lá estará Relvas para O/nos representar, em sendo preciso…


As expectativas são necessariamente baixas perante as três semanas de antecipada “silly season” que vamos viver. Se ao menos os comentadores ainda trouxessem algum sal à coisa! Mas, também aí, a tradição já não é o que era: as cadeias televisivas oscilam hoje entre especialistas encartados e figurões vazios, tornando saudosos os já longínquos tempos em que alguns “cromos” e “homens bons” dominavam amadoristicamente uma locução/análise do espetáculo cujo conteúdo resultava secundário.

Limitando-me ao espaço do grande ecrã, recordo três deles em três brevíssimas historietas:

·         o Gabriel Alves e a sua inesquecível referência a um determinado jogador como “a vantagem de ter dois pés”;


·         o Rui Tovar do golo substantivo que não pode ser adjetivado e a sua abertura das reportagens do Mundial do México nos originalíssimos termos de um “olá juventude, e demais escalões etários”;


·         o mítico Alves dos Santos que, salvo erro numa final europeia (seria Berna?) em que participava o “outro clube” – sim, isso já chegou a acontecer em meados do século passado! –, assim descreveu o início de uma forte chuvada (a forma é necessariamente livre e por memória): “e eis senão quando, senhores telespectadores, se abrem as comportas do infinito e a água cai em catadupas”.


Será que não poderemos ver os jogos de Portugal com “voz-off” proveniente da “RTP Memória”?

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