Sim, as fadas boas não existem e a realidade é dura. No
futebol e na execução orçamental, por mais díspares que estas duas realidades sejam
e afastadas que se encontrem uma da outra.
No Alemanha Grécia de todas as metáforas, seis minutos após
o heróico empate foram o máximo do sonho possível, para depois os blindados
germânicos mostrarem que as fadas boas não existem ou estavam adormecidas. Mesmo
assim, a raça grega evitou o descalabro.
E na execução orçamental, também a evolução da receita
fiscal mostra como é complexo o seu controlo em contexto de austeridade
desproporcionada. Designadamente a receita do Estado propriamente dito
situava-se em Maio de 2012 a 37,3% do valor programado pelo Orçamento
Retificativo para 2012, inferior aos 39,5% de 2011 para o meso período de referência.
O IRC, entre os impostos diretos, e sobretudo o IVA, nos indiretos, acusam uma
nítida desaceleração, provocando uma queda das receitas fiscais de 3,5% neste
período.
Por mais absurdo que possa parecer, a forma como projetámos
afetivamente o Alemanha-Grécia, pensando a inversão do resgate e da humilhação
e as expectativas de Vítor Gaspar quanto à evolução da execução orçamental
parecem padecer ambas do síndroma da fada boa que não existe. E de facto a
realidade é dura.
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