quinta-feira, 14 de junho de 2012

VIAGEM A TRALALÁ


Mergulhados na crise e nas agruras de um quotidiano deprimente, temos por vezes necessidade de tirar umas horas para desligar. Este “Viagem a Tralalá” de Wladimir Kaminer – o russo que adotou Berlim, esse mesmo que escreveu o excelente “Russendisko: Discoteca Russa” – serve tal desiderato à perfeição. Embora seja altamente redutor ficarmo-nos por aí na sua apreciação.

Arranca com o sonho da absoluta liberdade de circulação para quem “nasceu num país doentiamente obcecado por fronteiras” e desenrola-se vertiginosamente em torno de narrativas deliciosas, do degredo do tio Boris no Cazaquistão à sua viagem a Paris, do desencanto da América a uma pequena aldeia da Crimeia hoje ucraniana, das difíceis boleias dinamarquesas ao ciclista verde na Sibéria.

Onde se fala também de uma Paris-Londres nas estepes de Stavropol, do fracassado primeiro McDonald’s na praça Puschkin, da imperdível “Escrava Isaura” para o filho de Josef Beuys, da mítica “cidade livre de Christiania” em Copenhaga ou da hospitalidade imprevista de Svetlogorsk.

São duas horas muito bem passadas…

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