Faz bem a
convivência entre economistas e historiadores. Esta é, pelo menos, uma das
conclusões possíveis de um interessante artigo conjunto de Nouriel Roubini e
Niall Ferguson no “Financial Times” de ontem, subordinado ao sugestivo título
“Berlin is ignoring the lessons of the 1930s” (http://www.ft.com/intl/cms/s/0/c49b69d8-b187-11e1-bbf9-00144feabdc0.html#axzz1xK0kjN4w).
Onde aquele, a crer na validade da sua assinatura, revela ter-se largamente
metamorfoseado nas suas crenças em relação a tempos não muito afastados. Pois ainda bem!
Começam assim: “tememos
que a política do governo alemão de fazer ‘demasiado pouco demasiado tarde’
arrisque precisamente uma repetição da crise de meados do século XX que a
integração europeia foi projetada para evitar”.
Afirmam depois,
entre outras preciosidades, que “os alemães de hoje parecem conceder maior
importância a 1923 (o ano da hiperinflação) do que a 1933 (o ano em que a
democracia morreu)”, que “a prosperidade alemã é, em larga medida, uma
consequência da união monetária” e que “é inevitável desistir de alguma
soberania” mas que “há uma diferença entre federalismo e ‘neo-colonialismo’”.
Referem ainda a
necessidade de um “jump-started” crescimento económico, incluindo um
relaxamento monetário por parte do BCE, um euro mais fraco, alguma incentivação
orçamental no centro, redução da austeridade e estímulo às despesas de oferta infraestrutural
na periferia e crescimento salarial acima da produtividade no centro para
impulsionar o produto e o consumo.
Concluem que “os
alemães têm de compreender que a recapitalização dos bancos, um seguro de
depósitos europeu e a mutualização da dívida não são opcionais; são essenciais
para evitar uma desintegração irreversível da união monetária da Europa”.
E esta, hein?
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