domingo, 10 de junho de 2012

UM MINUTO PARA A MEIA-NOITE?


Faz bem a convivência entre economistas e historiadores. Esta é, pelo menos, uma das conclusões possíveis de um interessante artigo conjunto de Nouriel Roubini e Niall Ferguson no “Financial Times” de ontem, subordinado ao sugestivo título “Berlin is ignoring the lessons of the 1930s” (http://www.ft.com/intl/cms/s/0/c49b69d8-b187-11e1-bbf9-00144feabdc0.html#axzz1xK0kjN4w). Onde aquele, a crer na validade da sua assinatura, revela ter-se largamente metamorfoseado nas suas crenças em relação a tempos não muito afastados. Pois ainda bem!

Começam assim: “tememos que a política do governo alemão de fazer ‘demasiado pouco demasiado tarde’ arrisque precisamente uma repetição da crise de meados do século XX que a integração europeia foi projetada para evitar”.

Afirmam depois, entre outras preciosidades, que “os alemães de hoje parecem conceder maior importância a 1923 (o ano da hiperinflação) do que a 1933 (o ano em que a democracia morreu)”, que “a prosperidade alemã é, em larga medida, uma consequência da união monetária” e que “é inevitável desistir de alguma soberania” mas que “há uma diferença entre federalismo e ‘neo-colonialismo’”.

Referem ainda a necessidade de um “jump-started” crescimento económico, incluindo um relaxamento monetário por parte do BCE, um euro mais fraco, alguma incentivação orçamental no centro, redução da austeridade e estímulo às despesas de oferta infraestrutural na periferia e crescimento salarial acima da produtividade no centro para impulsionar o produto e o consumo.

Concluem que “os alemães têm de compreender que a recapitalização dos bancos, um seguro de depósitos europeu e a mutualização da dívida não são opcionais; são essenciais para evitar uma desintegração irreversível da união monetária da Europa”.

E esta, hein?

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