quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A CADEIRA DE SONHO

As eleições para a Câmara do Porto ainda vão fazer correr muita tinta e até, talvez, algum sangue. Para não falar de muita despesa em horas extraordinárias nos tribunais.

Meneses fez-se à estrada sem colocar o cinto de segurança e Rio não tardou a mover as suas pedras contra ele, assim pondo Moreira a salivar perante a hipótese de vir a alcançar a pequena glória que tanto ambiciona.

Em entrevista cirurgicamente preparada em colaboração com a RTP Informação, Rio explicou cristalinamente o argumentário oficial para um não ao sôfrego Meneses. Numa curta síntese: “Quinze juntas de freguesia no Porto. O de Massarelos ia para Lordelo, o de Cedofeita ia para Nevogilde, o de Nevogilde ia para a Foz… e no fim ficavam todos na mesma. É não é? Acho eu que é!”


Mas o momento alto daquele mesmo programa esteve no lançamento de Moreira por Rio. Nos seguintes moldes disfarçadamente burilados: “A minha leitura, local e nacional, diz-me isto: perante o desgaste gigantesco que os partidos têm neste momento – os partidos estão neste momento com um desgaste… quer dizer, há pessoas que quase têm ódio aos partidos e os partidos não têm grande juízo, ou seja, afunilam muito as suas escolhas… E na minha leitura há três cidades, talvez quatro (Lisboa, Coimbra, Porto, talvez Braga), que têm uma sociedade civil com uma vitalidade tal que… como é que eu hei de explicar? O que eu sinto no Porto – acho que não se deve estar a sentir em Lisboa nem em Coimbra, porque em Lisboa e Coimbra há provavelmente a recandidatura do António Costa e do Barbosa de Melo, não me parece que se coloque – (…), o que eu sinto é que os partidos, se não tiverem juízo, correm um risco enorme de poder haver uma reação, digamos assim, da sociedade civil, escolhendo um entre os seus, que são diversos, para protagonizar contra os partidos – contra, não é bem contra, em alternativa, está a ver?”


Claro que estamos todos a ver. E claro que há pontos que favorecem o racional exposto por Rio. Mas ainda não estou assim tão certo de que tanto contorcionismo tenha valido a pena, Dr. Moreira!

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