Está a tornar-se cada vez mais frequente acontecer que o nosso
espaço público se mostre atravessado por uma tal catadupa de casos “nonsense” (ou vive-versa?)
que quase não fica tempo para que os cidadãos consigam respirar fundo e situar-se
no meio do turbilhão. Tivemos ontem mais um dia assim!
Primeiro, foi Gaspar a vir deixar bem explícito que o que está
verdadeiramente em causa no seu assumido papel de “agente duplo” passa pelo
excesso de funções do Estado, isto é, por uma premissa de insustentabilidade do
Estado social em Portugal. Com tudo de grave que isso implica….
Depois, foi o mesmo Gaspar a chamar delicadamente mentiroso a um Durão
Barroso que garantira ter cabido à Comissão por si presidida a ideia de propor
“mais tempo” para o ajustamento português, sendo que afinal terão sido as
autoridades nacionais a tomar tal iniciativa. Embora com a contrapartida de
mais austeridade...
Em seguida, foi Fernando Ulrich a falar de hipotéticos riscos de
uma “ditadura do Tribunal Constitucional” e a deixar insinuações comparativas
inaceitáveis para um suposto defensor do Estado de direito. Uma infeliz e pouco
abonatória incursão política de um gestor financeiro com responsabilidades e
obrigações…
Por fim, foi o jovem ministro Mota a vir aparatosamente recuar hoje
em relação à sua escandalosa proposta de ontem sobre cortes nas prestações
sociais dos portugueses mais desfavorecidos. Mais um lamentável capítulo do
experimentalismo governamental que nos calhou em sorte…
No meio de todo este conjunto de episódios só aparentemente
desgarrados, quase passava despercebida uma notícia irrelevante mas positiva: o
anúncio do abandono do Governo por parte da nulidade absoluta que passou fugazmente
pelo Palácio da Ajuda, após tão traumaticamente ter trabalhado para Joe Berardo
na “Gazeta dos Desportos”. Votos de rápidas melhoras a Francisco José Viegas…
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