A imprensa deste domingo
trouxe-os. São algumas citações de domingo.
Vasco Pulido Valente no “Público”: “(…) O
primeiro-ministro entregou o destino de milhões de pessoas, sem hesitação ou
consulta, a um pequeno grupo de técnicos de contas, que não conheciam Portugal,
em nome de uma teoria pseudocientífica mais do que desacreditada. Não percebe e
continua a não perceber que ela só serve para “reformar” a Europa de acordo com
o interesse e a necessidade da Alemanha. Esta semana (ou a semana passada) a
sra. Merkel elogiou alegremente a grande “baixa de salários” dos portugueses. A
Alemanha pretende, como é óbvio, não pagar a “salvação” da “Europa”, um
pormenor que Hollande não percebeu. Nem Hollande, nem Passos Coelho. Portas
percebeu.”
Juan José Millás na revista El País semanal, focando-se numa fotografia que nos mostra Draghi, Schäuble, Madame Lagarde e um conselheiro do BCE rindo com boa disposição, em artigo
designado de “Necesidades fisiológicas” (em castelhano para melhor marcar a
dureza e contundência do escrito): “(…) A lo mejor se están riendo de los dependientes a los que
hemos arrojado directamente por la borda
o del modo en que hacen ir a Guindos a por los cafés y de la sumisión com la
que nuestro ministro les sirve por el mismo precio una frase graciosa (“la
reforma laboral será extremadamente agressiva”, por ejemplo). A estos chulos de
barrio les gustan los muchachos que se adelantan a sus deseos y les dan propina
para tabaco (de ahí los cohibas de Rajoy). No nos parece mal que se rían, ya decimos,
cada uno evacua por onde puede, pero para esse tipo de necessidades está el
retrete. Quiere decirse que se vayan a la mierda.”
Teresa de Sousa no Público: “(…) A
chanceler quer fazer um exercício de equilíbrio que não é fácil. Por um lado,
quer melhorar a sua imagem de líder europeia e de “salvadora” da Europa. Foi a
Atenas e a Madrid e virá agora a Lisboa para mostrar a sua solidariedade com os
“aflitos”. Multiplica os seus encontros com Mario Monti e tenta não entrar em
confronto aberto com Hollande. Por outro, quer continuar a provar ao eleitorado
alemão que não alinhará numa “Europa das transferências”, que colocaria o seu
dinheiro ao serviço de países que não cumprem as suas obrigações. É este o seu
ponto fraco. O seu rival social-democrata acusou-a no Bundestag de praticar um
jogo duplo (…)”.
Os tempos vão duros.
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