O “Público” de hoje revelou hoje uma demolidora investigação de
José António Cerejo que tende a indiciar que Helena Roseta estava a falar
verdade quando acusou Relvas (então secretário de Estado da Administração Local
do Governo Barroso) de lhe ter colocado a condição de a Ordem dos Arquitetos
(então por ela presidida) contratar uma empresa de consultoria e formação
profissional (Tecnoforma) para com ela acordar ações viabilizadoras de um aproveitamento de fundos europeus ao abrigo do Programa
Foral de formação para as autarquias locais.
Talvez nunca venha a ser possível apurar em definitivo se a
promoção de Passos a administrador da Tecnoforma, após o abandono das funções
de consultor da mesma em inícios de 2004, teve algo a ver com o volume de
negócios proporcionado pela sua eficácia junto de Relvas. Sabe-se, isso sim,
que a empresa viveu momentos de esplendor e que Passos a acabou por administrar
até 2007, embora sem que tal facto conste do seu curriculum.
Ficaram agora a conhecer-se, também, alguns meandros do “polvito”
desenvolvido entre toda uma gente que forjou amizades duradouras a partir da
Jota dos tempos cavaquistas que Passos presidia.
Refira-se por fim que, para Passos primeiro-ministro, a negação de
hoje tem o seu quê de axiomática: “Não existe na minha vida como gestor de
empresas nada que seja objeto de censura ou que tenha envolvido, do ponto de
vista ético, qualquer favorecimento para as empresas por onde passei. E isso,
evidentemente, é verificável com muita facilidade. A empresa em causa foi uma
empresa onde trabalhei vários anos e que nunca beneficiou de qualquer favor,
muito menos que tivesse sido solicitado por mim.”
Quem disse que as juventudes partidárias não são uma verdadeira escola de vida?
Sem comentários:
Enviar um comentário