Eu não desconheço que “a língua portuguesa é muito traiçoeira”,
mas vamos a ver se nos entendemos: tudo somado e ponderado, o que pretendem significar
tantos dos nossos responsáveis políticos com a sua agitação, a torto e a
direito, do espantalho da Grécia? Como ainda hoje ouvimos de António Pires de
Lima, referindo que haveria “uma probabilidade muito grande de Portugal virar um
caso semelhante à Grécia” se o CDS viesse ajudar a somar uma crise política à
gravíssima crise social e económica que atravessamos.
Estão a falar de quê? De um segundo resgate e mais dinheiro? De um
significativo perdão parcial da dívida? De uma reestruturação da mesma? De mais
dois anos para a pagar? De querermos assumir a toda a força o papel de alunos da
primeira fila? De uma suposta credibilidade externa que apenas se traduz em deveres sem contrapartida? De um crescimento cada vez mais negativo? De uma via generalizadamente
empobrecedora? De uma descredibilização da política? De contestação nas ruas?
De riscos de deriva violenta?
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