Morreu ontem em Londres o historiador Eric Hobsbawm,
95 anos. Não sendo eu mais do que um curioso na matéria, recordo que comecei
por contactar com a sua obra principal – as quatro Eras, das Revoluções, do
Capital, do Império e dos Extremos – em tempos interessantes
que também por cá aconteceram. Já muito mais recentemente, e numa das minhas frequentes
voltas pelas livrarias, deparei-me com a tradução das suas memórias (“Tempos Interessantes: Uma Vida no Século XX”)
e foi com grande agrado (e umas poucas reticências) que as li nesse Verão.
Sabe-se que Hobsbawm escreveu até ao fim e que, pensando
a crise de 2007/08 numa obra de 2011 (“How
To Change the World”), viera reafirmar a sua convicção na pertinência do
método marxista. Sem qualquer contradição, aliás, face ao que exemplarmente referira dez anos
antes: “Fui um membro leal do Partido Comunista durante as duas décadas anteriores a 1956 e estive portanto calado
a respeito de um certo número de coisas sobre as quais é sensato não ficar em
silêncio”...
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