François Hollande
apresentou o seu primeiro orçamento. Que, apesar de ser obra desprezível de um
francês e socialista (leia-se: palavroso e despesista), poderá justificar
alguma atenção pelas sólidas indicações que deixa a duas semanas de ser
divulgado o nosso troiko-gaspariano documento orientador.
O dito orçamento
inscreve-se numa incorporação do compromisso de Sarkozy quanto a um défice
público reduzido a 3% em 2013. Para o que se propõe que o país realize um
esforço suplementar de 30 mil milhões de euros (clicar sobre a infografia acima, extraída do “Le
Monde”), na seguinte proporção: um terço do lado da despesa e dois terços do
lado da receita.
No que à primeira
diz respeito, os principais cortes ocorrerão no funcionamento (leia-se: nas
famosas gorduras e custos intermédios, lembram-se?) e na área da defesa,
estimando-se paralelamente que a diminuição de efetivos se limitará a pouco
mais de um milhar de postos de trabalho e que o conjunto das despesas sociais e
económicas apenas contribuirá com 20% do valor total a subtrair.
Quanto ao aumento
das receitas (leia-se: de coleta de impostos que não quase somente limitada ao
IVA e ao IRS a universo tributário constante), o interessante começa por estar
numa repartição equitativa entre as empresas e as famílias. Sendo ainda que se
verificará uma clara discriminação em detrimento das grandes empresas (vs.
PME’s) e dos cidadãos mais favorecidos (incluindo um alinhamento da fiscalidade
dos rendimentos do capital em relação à dos rendimentos do trabalho e um largo
conjunto de medidas que se estendem até uma simbólica contribuição excecional
de solidariedade de 75% dos rendimentos superiores a 1 milhão de euros anuais).
Mesmo
salvaguardadas as devidas e enormes distâncias, há comprovadamente por aí bons
exemplos concretos com que aprender…
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