quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A ENTREVISTA PASSADA


Ontem, em entrevista à TVI, Passos veio confirmar – como se ainda preciso fosse! – a sua absoluta e confrangedora indigência politica e técnica. Somada de uma frieza - qual martelo a bater no prego, dizia alguém no Fórum da TSF de hoje - que esconde a sua enorme insegurança.
 
Algumas parcas ilustrações, mais ou menos avulsas:

·         “Nós temos uma Constituição, como sabe, que trata o esforço do lado da educação de uma forma diferente do do lado da saúde. Isso dá-nos aqui alguma margem de liberdade na área da educação para poder ter um sistema de financiamento mais repartido entre os cidadãos e a parte fiscal direta que é assegurada pelo Estado.”

·         “Nós não podemos perpetuar este nível de fiscalidade para futuro, senão o País não consegue desenvolver-se. (…) Aquilo que eu estou a dizer é que este nível de fiscalidade não se vai eternizar, não estou a dizer que não vai vigorar também em 2014.”

·         “Chegamos lá vivos, vamos lá chegar vivos, eu isso posso dizer. Com certeza que chegaremos lá vivos. Mas vai custar muito. Nunca ninguém me ouviu dizer que ia ser pera doce.”

·         “Nunca há feridas que não cicatrizem. As feridas cicatrizam. Mas este Governo não é um doente cheio de feridas e cheio de marcas. O Governo não está em crise. O Governo não está para cair. O Governo está a cumprir a sua missão, que é uma missão histórica, com muita determinação. Há, houve e sempre haverá tensões e dificuldades, visões diferentes de certos aspetos. Apesar de tudo, o Governo tem o cimento suficiente para poder dizer ao País que não é entre o PSD e o CDS que gerará uma situação de crise no País.”

·         “O número 2 do Governo é o ministro das Finanças, evidentemente. E o terceiro é o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.”
 
A coisa foi a um ponto tal que conseguiu até irritar um comentador tranquilo e moderado como é António José Teixeira. Que reagiu assim (imagem abaixo): “A maior frustração que eu sinto quando olho para esta entrevista é que, além do exercício de justificação dos falhanços que afinal são desvios ou surpresas, não vi muito mais. Em Fevereiro vamos dizer quais são os cortes sem os discutir com ninguém (…) mas até ao Verão vamos dar a oportunidade, se houver alguma ideia melhor, a gente corrige e diz à Troika que substitui. Isto é sério, isto é reforma do Estado? Mas alguém pode levar isto a sério?”

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