Ontem, em entrevista à TVI, Passos veio
confirmar – como se ainda preciso fosse! – a sua absoluta e confrangedora
indigência politica e técnica. Somada de uma frieza - qual martelo a bater no prego, dizia alguém no Fórum da TSF de hoje - que esconde a sua enorme insegurança.
Algumas parcas ilustrações, mais ou
menos avulsas:
·
“Nós temos uma Constituição, como sabe, que trata o
esforço do lado da educação de uma forma diferente do do lado da saúde. Isso
dá-nos aqui alguma margem de liberdade na área da educação para poder ter um sistema
de financiamento mais repartido entre os cidadãos e a parte fiscal direta que é
assegurada pelo Estado.”
·
“Nós não podemos perpetuar este nível de fiscalidade
para futuro, senão o País não consegue desenvolver-se. (…) Aquilo que eu estou
a dizer é que este nível de fiscalidade não se vai eternizar, não estou a dizer
que não vai vigorar também em 2014.”
·
“Chegamos lá vivos, vamos lá chegar vivos, eu isso
posso dizer. Com certeza que chegaremos lá vivos. Mas vai custar muito. Nunca
ninguém me ouviu dizer que ia ser pera doce.”
·
“Nunca há feridas que não cicatrizem. As feridas
cicatrizam. Mas este Governo não é um doente cheio de feridas e cheio de
marcas. O Governo não está em crise. O Governo não está para cair. O Governo
está a cumprir a sua missão, que é uma missão histórica, com muita
determinação. Há, houve e sempre haverá tensões e dificuldades, visões
diferentes de certos aspetos. Apesar de tudo, o Governo tem o cimento
suficiente para poder dizer ao País que não é entre o PSD e o CDS que gerará
uma situação de crise no País.”
·
“O número 2 do Governo é o ministro das Finanças,
evidentemente. E o terceiro é o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.”
A coisa foi a um ponto tal que conseguiu
até irritar um comentador tranquilo e moderado como é António José Teixeira.
Que reagiu assim (imagem abaixo): “A maior frustração que eu sinto quando
olho para esta entrevista é que, além do exercício de justificação dos
falhanços que afinal são desvios ou surpresas, não vi muito mais. Em Fevereiro
vamos dizer quais são os cortes sem os discutir com ninguém (…) mas até ao
Verão vamos dar a oportunidade, se houver alguma ideia melhor, a gente corrige
e diz à Troika que substitui. Isto é sério, isto é reforma do Estado? Mas
alguém pode levar isto a sério?”
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