terça-feira, 27 de novembro de 2012

A EURODINÂMICA

(Arend van Dam, http://fd.nl)

(Peter Brookes, http://www.thetimes.co.uk)
 
Mais um interessante artigo de Wolfgang Munchau no “Financial Times”. Cobrindo assuntos muito relevantes de modo assaz imaginativo, recheado de postulados e pronunciamentos apelativos e/ou hiperbólicos.
 
Comecemos com duas máximas forçadamente provocatórias:
·         A propósito do “espantoso espetáculo das negociações orçamentais da UE”, a ideia de que se observa uma relação inversa entre os montantes monetários em causa e o tempo gasto em negociações.
·         A propósito do “programa essencialmente dececionante” do mercado único, a opinião de que a sua função mais útil passará por servir de mote a discursos de após-jantar.
 
Continuemos com as duas funções a que estará reduzida a atual expressão da UE:
·         Fornecer à Zona Euro um enquadramento institucional e legal favorável a um continuado marcar passo na procura de soluções para a crise.
·         Servir de sala de espera para os Estados membros que, ainda não pertencendo à Zona Euro, pretendam vir a fazê-lo.
 
Prossigamos com duas implicações subjacentes:
·         A paradoxal situação de facto de uma UE em que um grupo de países “outsiders” em relação à Zona Euro e já com divórcio anunciado (Reino Unido, Suécia, Dinamarca e República Checa, em particular) mantém insustentáveis direitos permanentes de co-decisão nas principais instâncias europeias.
·         A marginalização da UE a expensas da Zona Euro provoca também danos significativos em termos de outras políticas (externa, de segurança e de alargamento, designadamente).
 
Concluamos com duas morais correlacionadas:
·         Uma “boutade” no sentido de que a insistência de Cameron em congelar o orçamento europeu poderá constituir uma sabotagem da UE que redunde num serviço objetivamente prestado à Zona Euro.
·         Uma afirmação no sentido de que os líderes europeus não deveriam focalizar a sua atenção na macroeconomicamente irrelevante questão orçamental mas sim no seu interesse coletivo maior de encontrarem uma saída para a crise da Zona Euro.
 
Coisas sérias ditas quase a brincar…

Sem comentários:

Enviar um comentário