quinta-feira, 8 de novembro de 2012

RAZÕES PARA A VITÓRIA DE OBAMA



O New York Times publica hoje um artigo de Joel Benenson com uma explicação contra-a-corrente da vitória eleitoral de Obama, que vale a pena ponderar, pois tem implicações consideráveis sobre o que se passa na Europa e em particular nos países da Europa do sul. A tese de Benenson é aliciante: mais do que razões demográficas foram os valores que determinaram a vitória.
Discutamos o argumento.
As razões demográficas foram apontadas no sentido de que o partido Republicano estará a perder a ligação às tendências do eleitorado jovem, afirmando os mais críticos que os republicanos correm o risco de ficar afastados do poder durante largos períodos de tempo. Em contrapartida, Obama veio trazer aos democratas uma profunda ligação com as mulheres, as minorias (com relevo para os hispânicos) e os jovens. O argumento é sedutor e que o digam os resultados eleitorais, com por exemplo a vitória esmagadora de Obama entre a população hispânica e o ressurgimento da participação dos jovens no ato eleitoral.
Mas a argumentação de Benenson repõe a atenção nos fatores de dimensão política e nos valores que na sociedade americana adquirem uma forte relevância no debate público:
A vitória do presidente foi um triunfo da visão e não da demografia. Venceu porque integrou um conjunto de valores que definem uma América em que a maioria de nós quer viver: uma Nação que concretiza os investimentos de que precisamos para reforçar e fazer crescer a classe média. Uma nação que tem um sistema tributário justo, proporcionando educação excelente para todos os seus cidadãos. Uma Nação que acredita que somos mais prósperos quando reconhecemos que estamos todos no mesmo barco.”
Para esta visão muito contribuíram os economistas associados designadamente ao movimento dos indignados e à grande frente dos 99% contra os privilégios do grupo dos 1%.

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