sábado, 10 de novembro de 2012

A OESTE NADA DE NOVO



Fim de semana húmido, apenas com a luz e reinvenção da vida do primeiro aniversário da Margaridinha a fazer a diferença.
Politicamente, a oeste nada de novo. A chegada da senhora Merkel cria um inimigo de circunstância, mas desfoca o centro de todas as atenções que deveria estar na inépcia governativa e no absurdo da proposta de orçamento de 2013 não estar já praticamente sob o fogo da discussão, mas sim aquilo que se seguirá à demonstração da inexequibilidade da sua aplicação.
À esquerda, algo que não me surpreende, a cristalização das forças é total e, como sempre, só o PS pode aspirar a uma alternativa de governação, com uma maioria absoluta a anos luz, a não ser que uma profunda e tumultuosa alteração das condições atuais o venha a potenciar. Bloco de Esquerda e PC, irredutíveis e cristalizados na retórica das suas posições, continuarão a perfilar-se como candidatos a um voto de protesto, mas abdicando de qualquer compromisso que aponte para uma cedência aos riscos da governação. Alguém levará a sério o arrebatamento de Fernando Rosas quando afirma que quer o PS queira ou não, haverá um governo de esquerda? Simplesmente retórica interna para contrariar a posição antagónica de Daniel Oliveira.
Afinal, a cristalização de ideias do Bloco e do PC é, afinal, é uma espécie de seguro de vida para uma certa eternidade política, com algumas (pequenas) oscilações, mas sempre com a garantia de que o espaço de protesto, não de governação, significará sempre uma existência parlamentar e afinal uma sobrevivência sem sobressaltos. Alternativas frentistas ou congressos das alternativas democráticas (que podem bem encher a Aula Magna) aquecerão algumas consistências, reacenderão entusiasmos de alguns, mas como alternativas de governação rapidamente se esfumarão. A oeste nada de novo.
Resta alguma dialética com o PS. Estarão as almas não alinhadas disponíveis para alguma interpelação dialogante com o PS? Ou, ainda mais importante, estará este último convictamente disponível para esse diálogo?
Dúvidas, mais dúvidas. Por isso, não estranhem, alguém o disse na imprensa deste sábado, mas não o consigo recuperar de imediato, que apesar de toda a inépcia governativa, amplamente reconhecida, pouca gente estará plenamente interessada na sua rápida substituição.

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