Fim de semana húmido,
apenas com a luz e reinvenção da vida do primeiro aniversário da Margaridinha a
fazer a diferença.
Politicamente, a oeste
nada de novo. A chegada da senhora Merkel cria um inimigo de circunstância, mas
desfoca o centro de todas as atenções que deveria estar na inépcia governativa
e no absurdo da proposta de orçamento de 2013 não estar já praticamente sob o
fogo da discussão, mas sim aquilo que se seguirá à demonstração da
inexequibilidade da sua aplicação.
À esquerda, algo que não
me surpreende, a cristalização das forças é total e, como sempre, só o PS pode
aspirar a uma alternativa de governação, com uma maioria absoluta a anos luz, a
não ser que uma profunda e tumultuosa alteração das condições atuais o venha a
potenciar. Bloco de Esquerda e PC, irredutíveis e cristalizados na retórica das
suas posições, continuarão a perfilar-se como candidatos a um voto de protesto,
mas abdicando de qualquer compromisso que aponte para uma cedência aos riscos
da governação. Alguém levará a sério o arrebatamento de Fernando Rosas quando afirma que quer o PS queira ou não, haverá um governo de esquerda? Simplesmente retórica interna para contrariar a posição antagónica de Daniel Oliveira.
Afinal, a cristalização de ideias do Bloco e do PC é, afinal, é uma espécie de seguro de vida para uma
certa eternidade política, com algumas (pequenas) oscilações, mas sempre com a
garantia de que o espaço de protesto, não de governação, significará sempre uma
existência parlamentar e afinal uma sobrevivência sem sobressaltos. Alternativas
frentistas ou congressos das alternativas democráticas (que podem bem encher a
Aula Magna) aquecerão algumas consistências, reacenderão entusiasmos de alguns,
mas como alternativas de governação rapidamente se esfumarão. A oeste nada de
novo.
Resta alguma dialética
com o PS. Estarão as almas não alinhadas disponíveis para alguma interpelação
dialogante com o PS? Ou, ainda mais importante, estará este último
convictamente disponível para esse diálogo?
Dúvidas, mais dúvidas.
Por isso, não estranhem, alguém o disse na imprensa deste sábado, mas não o
consigo recuperar de imediato, que apesar de toda a inépcia governativa,
amplamente reconhecida, pouca gente estará plenamente interessada na sua rápida
substituição.
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