sábado, 17 de novembro de 2012

MAIS AUGUSTO, OUTRO MIGUEL


Ainda a propósito de certos estranhos e inclassificáveis detalhes (?) do debate da outra noite entre Beleza e Mateus, retenho agora o “nós temos de cumprir este ajustamento quanto mais rápido melhor” do último interveniente. Somo-lhe a bizarra exemplificação: “alguém está numa mesa de operações a ser sujeito a uma cirurgia; a família vem dizer ‘vamos fazer a operação durante duas semanas’?” Passo ao lado do extraordinário “já é claro que pode ser otimizado o ajustamento”, aliás comentado pelo primeiro interveniente a seu inconfundivel modo (“claro que é possível fazer uma dieta à base de trouxas de ovos, mas tem de se comer só um bocadinho de cada e não é agradável”). E assim chego ao “homem novo” (importando uma expressão que vem de outras eras):”o que a gente vai ter é uma nova economia (…) e um Estado muito mais responsável e muito mais centrado naquilo que é absolutamente essencial para fazer a qualidade de vida das pessoas”!


Recupero, em contraponto, o artigo de Miguel Cadilhe na “Visão” da semana passada (“A questão da dívida pública”): “Proponho uma operação de ajuda a Portugal. Autêntica ajuda, coisa que o programa da troika não é. Honrada e moderada ajuda. O capital é 100% reembolsável. A ajuda consiste em reconjugar as variáveis tempo e juro: um prazo muitíssimo longo, uma baixa taxa de juro”. Ou, ainda: “Uma parte da operação abrange a dívida à troika, ou uma sua reconversão, a fim de transpor o respetivo capital para a nova dívida, numa renegociação de prazos e juros e, eventualmente, de cessão de posição contratual de mutuantes. E mesmo na antecâmara disso, há a renegociação dos atuais juros da troika.”
 
A dois “mentores” me confesso: quase nos põem como tolos no meio da ponte…

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