segunda-feira, 29 de maio de 2023

ALBERTO E ISABEL, COM PEDRO A PROMETER LUTA

(cartoons de Agustin Sciammarella, http://elpais.com e Gallego & Rey, http://www.elmundo.es)

Na política democrática guiada pelo voto popular dificilmente há surpresas; ou se as há, por via de qualquer “engano”, logo o eleitorado corrige e volta a colocar as coisas “no são” (António Costa que se cuide, pois!). Os resultados das eleições municipais e das regiões autónomas em Espanha são bem a prova do que acima afirmo: o mapa do país pintou-se de azul, com o Partido Popular a retirar ao PSOE quase todo o poder autonómico que detinha (recuperando seis regiões aos socialistas) e a aumentar muito significativamente a sua expressão municipal. A ponto de o presidente do Governo, Pedro Sánchez, já ter vindo esta manhã declarar que “é melhor que os espanhóis tomem a palavra para definir o rumo político do país” e assim anunciar a dissolução das Cortes para uma antecipação das eleições gerais nacionais (23 de julho é a data proposta).

 

O que está em causa do lado de Sánchez vai no sentido de este procurar ainda retomar alguma iniciativa e evitar a débâcle (“o fim do sanchismo”) que os números de ontem faziam antever para dezembro próximo. Conta para tal com um resultado nacional não completamente fechado (o PP obteve 31,5% contra 28,11% do PSOE), a capitalização de uma presença no poder (seja pelas manigâncias que melhor se lhe tornam possíveis seja pelo facto de a Espanha ir assumir a Presidência do Conselho Europeu a 1 de julho) e as dificuldades internas à direita moderada (onde Feijóo navega largamente à boleia de Isabel Ayuso e o PP não deixa de estar refém das atrocidades democráticas do Vox).

 

Uma nota final, à côté do que marca determinantemente a agenda nacional, para referir que prosseguem as especificidades regionais mais arreigadas e nacionalistas, quer no tocante ao País Basco quer no tocante à Catalunha e seus desentendimentos internos muito próprios (com os nacionalistas de direita a vencerem desta vez, pese embora esteja longe de ser clara a futura configuração do poder governativo na Região). Também um assunto a seguir.

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