domingo, 7 de maio de 2023

AO LADO DE TUDO...

 

Os escaparates e as montras das tabacarias estão cheios de uma espécie de jornais que apenas serve para acrescentar ruído ao já de si enorme ruido comunicacional que por aí impera. Acima, dois bem elucidativos exemplos retirados deste fim de semana: num caso, seriam dois moderados do Partido Socialista a assumirem-se como alternativa a Costa ― só quem não conheça minimamente o modo de ser e estar das duas personagens em causa (aliás bem diferentes entre si) pode dar guarida a uma invenção de tal quilate, acompanhada ademais da ideia peregrina de que o primeiro-ministro “está cada vez mais isolado no PS” (como se sabe e é dos livros, o líder de um partido no poder nunca está isolado até ao momento em que a sua sobrevivência no poder pareça claramente comprometida); no outro caso, é Rui Rio a pensar em Belém, coisa que não interessa literalmente a ninguém se se tratar de uma mera elucubração de ordem pessoal (cada um tem os fantasmas que merece!) e que passa a algo que roça o ridículo se se pretender insinuar que pode haver alguém em Portugal (exceto dois ou três amigos do peito, daqueles de antes quebrar que torcer como o fidelíssimo Carvalho Martins) a pensar nisso com um mínimo de genuinidade e interesse. Dirijo-me francamente, embora sem ilusões, a quem faz as capas do “Sol” e do “Tal & Qual”: têm os senhores noção de que Sérgio Sousa Pinto à frente do PS corresponderia seguramente a um cenário dantesco para o próprio e Rui Rio na Presidência da República corresponderia seguramente a um cenário dantesco para a quase unanimidade dos portugueses, ou seja, de que a criatividade sem baias tem de estar sujeita a filtros e limites sob pena de passar a ser um puro exercício de mentira? Esta gente não se mede e só lá vai quando for obrigada a pagar uma sobretaxa de imposto a castigar a informação enganosa!

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