terça-feira, 23 de maio de 2023

AS ARMAS DA FRANÇA

(https://www.liberation.fr) 

Se há um país europeu especialmente virado para o seu umbigo, ou seja, para a quase estrita defesa dos seus interesses nacionais, esse país é a França. Vimo-lo em permanência na história da União Europeia, com particular visibilidade na paralisia reformadora da área agrícola que tem sido uma constante ao longo do tempo.


Mas, e mesmo não falando do descoco que é Estrasburgo nem das políticas externas paralelas que vêm de longe, outros dossiês concorrem para o demonstrar, designadamente os que têm colocado a França como a guardiã do protecionismo europeu, ou melhor, de um protecionismo franco-francês sob capa europeia; a defesa do nuclear a que aqui aludi há dias, assim como a imposição de alguns ditames de interesse próprio no complexo quadro da obediente burocracia bruxelense, aí estão para novamente o fazer ressaltar à saciedade.

 

Claro que há também a Espanha ou a Itália e a Holanda ou a Polónia, tudo países a que poderíamos apontar um europeísmo pouco consequente (embora com diferentes expressões no tempo e no modo), mas os franceses são de longe os campeões na matéria, até pelo mérito que seguramente têm de ostentar uma capacidade de movimentação e de jogar influências com que nenhum outro país consegue verdadeiramente rivalizar.

 

O meu exemplo de hoje está patente na leitura dos dois gráficos que abrem e fecham este post: enquanto o primeiro nos mostra a França especializada na indústria do armamento (segundo maior exportador do mundo, atrás dos EUA), o segundo mostra-nos a França egoísta do chacun pour soi a que atrás me refiro, caraterística bem saliente no comparativamente limitado valor do armamento enviado para apoio à Ucrânia. Evidências que importa por a nu!


(https://www.liberation.fr

Sem comentários:

Enviar um comentário