Como já era sabido mas temos vindo a confirmar amplamente ao longo dos últimos meses, a França é um país muito especial (to say the least). Mas não o é apenas pela rigidez que a carateriza no plano social e laboral nem pelo exacerbado nacionalismo que permanentemente exibem e praticam os seus responsáveis públicos e privados. Porque todos conhecemos também o que tem sido o conservador posicionamento francês em Bruxelas em matérias como a da Política Agrícola Comum, uma dama tornada largamente intocável ao longo de décadas por imposição gaulesa. E, mais recentemente, todos temos testemunhado também o inegociável posicionamento francês em Bruxelas no domínio da energia nuclear, a mais afirmada das recentes “especificidades” do país no concerto europeu e uma aposta que é objeto de proteções acérrimas em sede de acordos e negócios de monta, de política de concorrência ou de consignes fundamentalmente irrazoáveis (como a do rotulo verde que foi conferido ao nuclear no âmbito do tão proclamado Green Deal).
Os gráficos da primeira infografia abaixo (principal razão de ser deste post) constituem um excelente comprovativo empírico do que acabo de sublinhar, mostrando o absolutamente esmagador peso relativo do nuclear na geração de energia em França. Um caso de estudo e merecedor de outras incursões, designadamente porque a aposta francesa parece não só adquirida como em plena reafirmação e reforço por via de um novo e importante conjunto de investimentos em curso no setor. O que ocorre enquanto o outro elemento do tandem europeu, o germânico pois claro, acaba de cumprir em definitivo a sua promessa de abandono do nuclear em nome de um verdadeiro verde e sob o incontornável impulso dos “Verdes” presentes e determinantes na coligação no poder.
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