terça-feira, 30 de maio de 2023

FUTEBOL EM FIM DE FESTA

 

Há algumas semanas atrás, o nosso cartunista interrogava-se sobre se aqueles “artistas” representativos das equipas que lideravam os campeonatos nacionais respetivos (respetivamente, o franco-marfinês Sébastien Haller do Borussia Dortmund, o polaco Robert Lewandowski do Barcelona, o inglês Bukayo Saka do Arsenal, o nigeriano Victor Osimhen e o francês Kylian Mbappé) seriam ou não os que iriam festejar no final dos mesmos.

 

Tal aconteceu em três dos cinco casos, com naturalidade no tocante ao Barcelona (reabilitado por Xavi Hernández e internamente dominador em relação aos dois rivais de Madrid) e ao Paris Saint-Germain (vencedor fácil de uma liga sem graça e em que o onze do clube se fartou de evidenciar o seu desligamento em sucessivos jogos, para acabar ligeiramente à frente do modesto e surpreendente Lens, com o Marselha, o Monaco e o Lille de Paulo Fonseca a seguirem-se na tabela) e folgadamente mas com alguma emoção própria da escassa habituação quanto ao terceiro título do Nápoles (o que já não acontecia desde os longínquos tempos de Maradona), onde pontuou uma revelação georgiana (Khvicha Kvaratskhelia) para ajudar a garantir uma boa distância face a adversários como Lazio, Inter, Milan, Atalanta, Roma e Juventus.



Ao invés, em Inglaterra o Arsenal de Mikel Arteta (enorme em três quartos da época pela alegria e fluidez de jogo dos seus jovens craques ― Gabriel Jesus, Martin Ødegaard, Bukayo Saka, Gabriel Martinelli, Thomas Partey, Granit Khaka, Gabriel Magalhães, Oleksandr Zinchenko, etc.) claudicou na reta final (há quem diga que a culpa foi do Sporting e eu não questiono que assim tenha sido pela forma atónita e displicente com que enfrentaram os nossos modestos verde-e-brancos de Alvalade), exatamente quando o Manchester City de Pepe Guardiola vinha fortemente ao de cima (foi épico o jogo da segunda mão das meias-finais da Champions, com uma vitória perfeita e contundente de 4-0 frente ao crónico Real Madrid e uma fabulosa exibição de Bernardo SIlva!). E o título nacional inglês acabaria por sorrir com certa clareza aos citizens de Manchester (apesar do amargo de boca da última jornada em Brentford).



Já no que respeita à Bundesliga, Bayern de Munique e Borussia de Dortmund andaram em incompreensíveis oscilações durante a segunda volta do campeonato (que começara com o Bayern à frente com cinco pontos de avanço sobre um Borussia em quinto lugar), tendo o Borussia chegado a ocupar a liderança à 25ª jornada com mais um ponto (mas perdendo, então, por 4-2 em Munique) e estando o Bayern um ponto à frente à partida da penúltima jornada (quando perde em casa com o Leipzig e deixa o Borussia com mais dois pontos antes da disputa da jornada final de Sábado); num indescritível golpe de teatro, e no seu Iduna Park pintado de amarelo e cheio como um ovo, os de Dortmund deixam-se empatar (ou, quase mais propriamente, perder já que o golo do empate surge seis minutos depois da hora regulamentar) e acabam a entregar o décimo-primeiro título ao Bayern (vencedor em Colónia) por goal-average ― claramente, o momento mais emocionante da época futebolística que termina!


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