quarta-feira, 31 de maio de 2023

TAMBÉM NA RÚSSIA

 

O meu colega aqui do lado antecipou-se-me com a publicação de um excelente gráfico sobre os valores históricos que atingiu a emigração na Rússia. Em sinal de amigável protesto, junto hoje aqui três outros indicadores de dificuldade para o país invasor da Ucrânia igualmente reveladores de perspetivas económicas em baixa no horizonte. Acima, uma inventariação de muitas das mais de mil empresas de capital estrangeiro que voluntariamente reduziram as suas operações na Rússia para além dos mínimos determinados pelas sanções internacionais ― os efeitos deste facto só podem ser altamente negativos para os níveis de atividade económica e emprego do país agressor. Abaixo, e por falar em mercado de trabalho, uma evidência sobre os níveis recorde atingidos pelo desemprego oculto no país, um fenómeno que já vem de longe mas que parece em agravamento. Mais abaixo, e numa outra direção, um apontamento sobre a forte quebra das receitas energéticas da Rússia em 2023, assim sinalizando alguma eficácia das estratégias levadas a cabo nesse sentido no contexto europeu. Tudo matérias que, tendo contrabalanços em outros tipos de indicadores, não servem, por isso, para que se possam augurar conclusões otimistas minimamente definitivas quanto a uma asfixia à beira de acontecer (quando muito sim em termos de uma clara perda/destruição do potencial económico russo, já de si em relativa depauperação nas últimas décadas). Com as iniciativas de guerra a prosseguirem sem cartel e sem que se antevejam quaisquer caminhos político-diplomáticos de solução, começo mesmo a acreditar que são dimensões de outra natureza e alcance, como as incursões ucranianas em território russo (caso dos recentes ataques de drones a Moscovo), que mais poderão abalar os instáveis “equilíbrios” em presença, seja ao criarem medos internos e acrescidas condições de contestação seja ao espicaçarem loucuras latentes.



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