sábado, 20 de maio de 2023

UMA GRÉCIA SEM SURPRESAS?

 

(Elaboração própria a partir de onze sondagens de maio) 

Apesar do que sugere a vinheta acima, é uma Grécia em quase completa normalização que enfrenta amanhã eleições legislativas. Não obstante, quer a mudança da lei eleitoral quer alguns “escândalos” que ultimamente se abateram sobre o governo de Kyriakos Mitsotakis deixam alguma margem para algumas dúvidas quanto ao tipo de governação que sairá do processo. Com efeito, as sondagens apontam para uma vitória de Mitsotakis mas também para a inatingibilidade de uma maioria absoluta, o que coloca a questão de saber se o PASOK poderá voltar à esfera do poder para viabilizar um governo de coligação liderado por Mitsotakis ou se a esquerda encabeçada pelo nosso velho conhecido Alexis Tsipras conseguirá a surpresa de diminuir significativamente a diferença de cinco a seis pontos que a separa da “Nova Democracia” e depois convencer outras formações a viabilizar a mudança (tudo indicando que o PASOK não quererá ser parte de uma solução deste tipo e nada indicando que o ressurgido Yanis Varoufakis, à frente de uma frente europeia de desobediência realista, MeRA25, tenha números que lhe permitam alinhar ou, mesmo que os tivesse, pudesse estar disposto a juntar-se aos seus ex-camaradas do Syriza). Neste quadro, o mais provável é que venha a vingar uma solução de estabilidade política, seja na sequência do escrutínio de amanhã (via coligação, apesar de tudo apresentada como indesejada por Mitsotakis) seja eventualmente através de um novo a realizar dentro de quinze dias em que o partido mais votado (Nova Democracia) possa usufruir de uma majoração de lugares e, assim, de condições para uma nova maioria absoluta isoladamente.


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